A quinta-feira começou com o noticiário literalmente sacudido pela informação sobre a explosão de uma fábrica de fertilizantes na pequena cidade norte-americana de West, estado do Texas, que foi devastada pelo desastre, apenas dois dias depois dos Estados Unidos terem sido abalados pelos atentados durante a maratona de Boston. Não há qualquer vinculação que esteja sendo feita agora entre os dois episódios. O número de mortos e feridos em West ainda é desconhecido no momento, mas a magnitude da explosão não deixa dúvida que houve uma tragédia. A ciência ajuda a explicar a violência do episódio. Sismógrafos, usados no monitoramento de terremotos, captaram o abalo pela explosão. Um deles, na cidade de Amarillo, também no Texas, a centenas de quilômetros do local (690 km em distância rodoviária) captou a força do evento.
A explosão da indústria de fertilizantes de West se deu na superfície e foi captada pelo sismógrafo do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) WHTX instalalado em em Lake Whitney, na cidade texana de Meridian, a poucos quilômetros de distância do desastre industrial. O abalo sísmico provocado pela explosão (não a explosão em si) teve magnitude registrada pelo USGS de 2,1. Segundos depois do abalo, o equipamento do USGS registrou até a onda de choque que se propagou no ar.
O prefeito da cidade de West Tommy Muska disse à imprensa que “foi como uma explosão nuclear”, apesar de jamais ter testemunhado uma. Interessante, então, comparar a magnitude do abalo provocado pela explosão em West, Texas, que foi em superfície, com a mais intensa explosão registrada no planeta neste ano que foi justamente atômica. No caso da Coréia do Norte, o teste nuclear foi subterrâneo em 11 de fevereiro (hora de Brasília) e teve uma magnitude nos sismógrafos de 5,1.

Porto Alegre também teve um desastre de grandes proporções provocado por uma explosão. O porto-alegrense de mais idade recorda que no dia 3 de maio de 1971 explodiu o depósito de fogos de artifícios Fulgor na Rua João Inácio, no Navegantes. Um quarteirão inteiro foi destruído. Casas e prédios ao redor desapareceram. O saldo apontou seis a dez mortos e 57 feridos.
Na semana do desastre, o depósito recebera grande quantidade de foguetes por conta da proximidade das festas juninas. Moradores do Quarto Distrito contam até hoje de vidros quebrados por toda a região e de uma nuvem de cogumelo, semelhante a de uma bomba atômica, que se levantou no céu do Norte de Porto Alegre e que podia ser vista de todos os pontos da cidade. Alguns depoimentos são chocantes sobre restos de corpos que foram parar em telhados da região atingida. Alguns anos mais tarde, a Capital sofreria com uma tragédia muito pior que foi o incêndio das Lojas Renner da Otávio Rocha.




