A MetSul Meteorologia alerta que o Sul do Brasil vai sofrer com dois episódios de forte instabilidade com alto potencial de temporais, chuva forte e vento no decorrer desta semana com os maiores impactos no Rio Grande do Sul.
Sul do Brasil terá dois episódios de forte instabilidade com chuva, raios, vento e queda de granizo. Primeiro terá um ciclone e o segundo uma frente fria. | FABIAN RIBEIRO LEAL
O primeiro evento de forte instabilidade ocorre entre hoje e quarta-feira por conta da formação de um ciclone extratropical. O segundo, que vai inicialmente resultar de ar quente e instável e na sequência de uma frente fria, tende a se concentrar entre sexta e sábado.
No primeiro episódio, haverá a formação de um ciclone extratropical que deve provocar tempo severo no Cone Sul da América do Sul. O fenômeno poderá trazer chuva intensa, temporais isolados e vento forte a muito forte.
A mudança do tempo começa já na segunda-feira. Apesar da presença de sol e nuvens no Rio Grande do Sul, a nebulosidade aumenta e, da tarde para a noite, a chuva atinge pontos do Oeste, Centro, Norte e Noroeste gaúcho.
Na terça-feira, a instabilidade se espalha. Entre a madrugada e a manhã, áreas do Sul e do Leste do Rio Grande do Sul também registram chuva, enquanto nuvens carregadas se formam sobre o Oeste e o Nordeste da Argentina.
O período de maior risco ocorre entre a tarde e a noite da terça-feira. Uma corrente de jato em baixos níveis transportará ar quente e úmido, gerando abafamento e alimentando a formação de uma linha de instabilidade intensa.
Essa linha de instabilidade avança de Oeste para Leste entre a noite da terça e a madrugada da quarta-feira, atravessando o Rio Grande do Sul. Depois, alcança Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e até parte do estado de São Paulo.
O risco de tempo severo é alto em vários países e regiões: Uruguai, Paraguai, Argentina, Sul do Brasil e Mato Grosso do Sul. Os temporais podem provocar chuva intensa de curta duração, vendavais fortes e queda isolada de granizo.
Algumas tempestades podem se organizar em supercélulas, capazes de gerar fenômenos localizados mais intensos. Há risco de rajadas de vento perto ou acima de 100 km/h, além da possibilidade de tornados associados à fase de ciclogênese.
As áreas de maior risco de tempo severo incluem o Nordeste da Argentina, o Centro-Sul do Paraguai, o Noroeste do Rio Grande do Sul e o Oeste de Santa Catarina. Entretanto, outras regiões também podem registrar episódios de instabilidade significativa.
O vento será uma das principais consequências do sistema. Na terça-feira, rajadas de Norte devem soprar entre 50 km/h e 70 km/h em várias regiões gaúchas, no Oeste catarinense e no Paraná, mas isoladamente podem ser ainda mais fortes.
Na quarta-feira, com o ciclone já formado, o vento se intensifica. Rajadas entre 70 km/h e 90 km/h podem atingir áreas do Litoral gaúcho e da Lagoa dos Patos, isoladamente chegando perto ou acima dos 100 km/h.
Essas rajadas podem derrubar árvores, causar destelhamentos, derrubar postes, provocar cortes de energia e até colapso de estruturas. O risco é maior em áreas com solo já encharcado, o que facilita a queda de árvores sob rajadas fortes.
Diferentemente do ciclone de 28 de julho, que teve vento extremo mais concentrado no Sul e no Leste gaúcho, este sistema deve trazer rajadas fortes a intensas também no interior do estado, atingindo áreas de concessão tanto da RGE como da CEEE.
O vento começa a diminuir gradualmente da tarde para a noite da quarta-feira. Na quinta, o ciclone extratropical já estará afastado sobre o Atlântico, e a expectativa é de vento enfraquecido, sem maiores riscos para o continente.
Segundo episódio de instabilidade no final da semana
Na sexta-feira tem início um episódio de instabilidade que deve trazer chuva localmente forte e novamente o risco de temporais isolados, outra vez afetando mais o estado do Rio Grande do Sul.
Com o avanço de ar quente de Norte, entre a madrugada e a manhã da sexta devem se formar áreas de instabilidade com chuva em diversas regiões do território gaúcho. Na sequência, se espera uma melhora temporária do tempo com sol e forte aquecimento que trará calor para áreas, como da Metade Norte.
Ocorre que, da tarde para a noite da sexta, com a aproximação de uma massa de ar frio, vai se organizar uma frente fria no Oeste e no Sul gaúcho. Esta frente avança pelas demais áreas do Rio Grande do Sul no sábado e alcança ainda Santa Catarina e o Paraná, onde atua ainda no domingo.
Tanto no momento inicial com o ingresso de ar quente quanto no posterior associado ao deslocamento da frente fria há chance de chuva localmente forte e volumosa com risco de temporais localizados de granizo e vento.
Volumes de chuva altos em parte do Rio Grande do Sul
Como consequência da soma da chuva destes dos episódios, os volumes de chuva nesta semana devem ser altos a muito altos em diversas cidades gaúchas, não se descartando até volumes localmente excessivos.
Os mapas a seguir mostram as projeções de chuva para esta semana dos modelos do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF) e dos centros de Meteorologia britânico (UKMET), alemão (Icon) e do Canadá (CMC).
METSUL
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Todos estes mapas podem ser consultados a qualquer hora em nossa plataforma de dados para o assinante, bastando clicar aqui para ter acesso às projeções deste e outros modelos.
Como se observa nos mapas, os dados indicam a possibilidade de volumes de 100 mm a 150 mm em diversos pontos do Oeste e do Sul do Rio Grande do Sul, mas há modelos apontando a possibilidade de acumulados até perto e acima dos 200 mm.
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