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Imagens de satélite registram o agravamento da seca que deixa o Sul do Uruguai em estado de emergência hídrica. Imagens do satélite Sentinel-2 do Sistema Copernicus mostram como o reservatório de Canelón Grande, que abastece a cidade de Montevidéu, praticamente secou na comparação com registros de junho de 2022 com agora junho de 2023.

SISTEMA COPERNICUS

O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, declarou dias atrás uma “emergência hídrica” ​​no país, após mais de sete meses de seca e com um dos reservatórios de água doce que abastecem 60% de Montevidéu e a área metropolitana – onde residem 60% da população – abaixo dos níveis mínimos.

Lacalle Pou anunciou que vai isentar de impostos a água engarrafada e que o seu preço será controlado pela emergência hídrica. O mecanismo, acrescentou, permitirá ao governo realizar em trinta dias as obras de purificação da água do arroio San José e injetá-la no sistema de depuração e distribuição do país.

Conforme a estatal de águas OSE, dos 67 milhões de metros cúbicos do reservatório San Severino, o maior do Uruguai, localizado no rio Santa Lucía, restaram 3,7 milhões de metros cúbicos. O outro reservatório que abastece a capital é o de Canelón Grande, também com escassez de água.

O presidente afirmou em conferência de imprensa que “o abastecimento de água (na torneira) está assegurado”, mas alertou que a qualidade da água está sendo monitorada. “O abastecimento de água não vai ser cortado, o que pode acontecer é que haja água de pior qualidade”, esclareceu.

O rio Santa Lucía, um dos cursos de água mais importantes do Uruguai, fornece água doce a Montevidéu, mas está quase seco. Então as autoridades decidiram tirar água salgada do Rio da Prata, que dobrou os níveis de sódio e também cloretos para desinfecção.

Esses níveis e outros, como trihalometanos ou ferro, dobraram os padrões permitidos pelo padrão uruguaio para água potável. Além disso, continuam subindo de acordo com as análises divulgadas pela Unidade Reguladora de Serviços de Água e Energia do país, gerando enorme debate sobre os impactos na saúde da população.

Em maio, o Ministério da Saúde, em conjunto com as escolas de Medicina, pediu à população de Montevidéu que “evitasse adicionar sal aos alimentos” devido ao aumento do nível de sódio na água da torneira. Dias depois, a venda de água engarrafada triplicou por se temer que as reservas fossem esgotadas por causa da seca, o que causou alarme entre a população e levou à organização de manifestações e protestos na capital.