O satélite Sentinel 5-P do Sistema Copernicus, da União Europeia, fez um impressionante registro da nuvem de cinzas de vulcão que entrou em erupção na Etiópia percorrendo mais de 6 mil quilômetros entre a África e a China. O registro foi feito a partir do sensor de SO₂ (dióxido de enxofre).

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A erupção do vulcão Hayli Gubbi, no remoto Rift de Afar, na Etiópia, lançou uma imensa pluma de cinzas que rapidamente cruzou o Mar Vermelho, avançou pela Península Arábica e alcançou a Índia, chegando posteriormente até a China, a mais de 6 mil quilômetros de distância.
O vulcão, sem registros históricos de atividade e possivelmente inativo por milhares de anos, entrou em erupção no domingo, enviando cinzas a altitudes entre 8,5 km e 15 km — faixa crítica para o tráfego aéreo internacional.
O impacto na aviação foi imediato. Aeroportos da Índia registraram cancelamentos, atrasos e desvios de rotas, afetando especialmente voos de e para os Emirados Árabes Unidos. A Air India cancelou ao menos 11 voos, enquanto IndiGo, Akasa Air, KLM e outras companhias ajustaram operações.
A nuvem obrigou aeronaves a evitar áreas contaminadas, e um voo da IndiGo, que seguia de Kannur para Abu Dhabi, precisou pousar em Ahmedabad. A SpiceJet também adiou partidas.
A Diretoria Geral de Aviação Civil da Índia emitiu alerta reforçando protocolos de segurança, diante dos riscos que as partículas de cinzas representam — como danos a motores, sensores e perda de potência.
Apesar da longa distância percorrida pela pluma, meteorologistas afirmam que a concentração em baixos níveis é mínima e não deve afetar o ar nas cidades indianas.
A erupção é um lembrete da vulnerabilidade da aviação a episódios de cinzas em grandes erupções. Segue na memória o caos provocado pelo Eyjafjallajökull, na Islândia, em 2010, que colapsou o tráfego aéreo na Europa.
