O calor é ainda moderado na cidade de São Paulo, mas vai aumentar muito durante os próximos dias e se tornará intenso a extremo, com possibilidade de atingir marcas até históricas e talvez sem precedentes na capital paulista. Diante das condições de calor excepcional que se avizinham, as autoridades começam a adotar algumas ações.
A temperatura máxima oficial nesta quarta-feira na estação do Instituto Nacional de Meteorologia na cidade de São Paulo, no Mirante de Santana, chegou a 31,4ºC, o que é um nível de calor absolutamente normal. No interior, o órgão registrou máxima de 38,2ºC em Valparaíso. Na rede do Ciiaro, Araçatuba anotou 39,4ºC.
O calor, entretanto, deve aumentar muito nos próximos dias na capital, no litoral e no interior. A escala da temperatura começará nesta quinta-feira e vai ganhar força de sexta-feira em diante com máximas muito distantes do que normalmente poderia se esperar nesta época do ano.
Na cidade de São Paulo, as máximas nesta quinta devem ficar entre 31ºC e 33ºC. Na sexta, o calor aumenta muito e a tarde deve ser tórrida com os termômetros apontando entre 34ºC e 36ºC, não se afastando até 37ºC em alguns pontos. No sábado, o calor cede um pouco e as máximas devem ficar entre 32ºC e 34ºC.
No domingo, a temperatura atinge marcas extremas com possibilidade de máximas de 36ºC a 38ºC e até entre 38ºC e 40ºC em alguns locais. Na segunda, conforme os mais recentes dados, o calor recuaria para 35ºC a 36ºC. Na terça, contudo, poderia atigir picos extremos de 38ºC a 40ºC com chance de marcas isoladas superiores a 40ºC pelo efeito da ilha de calor urbano, o que é espantoso pela climatologia da cidade de São Paulo.
No interior, o calor ganha também muita força nos próximos dias. Na sexta, no fim de semana e no começo da semana que vem haverá máximas em muitas cidades ou mesmo generalizadas acima de 40ºC no interior de São Paulo com marcas de 41ºC a 44ºC em diversas cidades.
Recordes podem cair
Considerando os dados que insistem em marcas extremas, é possível que caiam vários recordes de temperatura no estado de São Paulo, na capital e no interior. A maioria de maior máxima já anotada em setembro, mas em algumas cidades até absolutos para toda a série histórica (todos os meses do ano).
O dia mais quente já registrado na cidade de São Paulo em setembro desde o começo dos dados em 1943 na estação do Mirante de Santana foi de 37,1ºC, em 30 de setembro de 2020. Trata-se da segunda maior máxima da série histórica, só atrás dos 37,8 ºC de 17 de outubro de 2014.
Outros dias de calor muito intenso na série da estação do Mirante de Santana, estação na zona Norte da cidade do Instituto Nacional de Meteorologia, incluem os registros de 37,0ºC em 20 de janeiro de 1999, 36,7ºC em 19 de janeiro de 1999 e também 36,7ºC em 21 de janeiro de 1999.
Com base nos registros absolutos de todo estado de São Paulo, a partir dos dados de estações meteorológicas convencionais e automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia, as maiores máximas já observadas no estado de São Paulo são: 43,5°C em Lins em 07/10/2020; 43,0°C em Iguape em 03/02/1933; 42,9°C em Barretos em 07/10/2020; 42,8°C em Registro em 02/10/2020; 42,6°C em Ibitinga em 07/10/2020; 42,4°C em Dracena em 06/10/2020; 42,2°C em Catanduva em 05/10/2020; 42,1°C em Iguape em 16/01/1956, e Catanduva e Votuporanga em 03/10/2020; e 42,0°C em Jales em 07/10/2020.
Cidade de São Paulo se prepara para o calor extremo
Mesmo distante do ideal e das melhores práticas mundiais em ondas de calor extremo, diante do calor que se avizinha a cidade de São Paulo anunciou um conjunto de ações ante a perspectiva de marcas incomuns de temperatura alta nos próximos dias.
Focada em pessoas em situação de vulnerabilidade, a Prefeitura de São Paulo criou a Operação Altas Temperaturas, que começou a vigorar nesta quarta-feira. Similar à Operação Baixas Temperaturas, a de altas temperaturas será mobilizada sempre que os termômetros atingirem 32ºC, ou sensação equivalente. A ação é feita em parceria com o governo do Estado, por meio da Sabesp.
As principais ações terão foco no reforço no convencimento das pessoas para procurarem a rede de acolhimento, onde poderão se abrigar do sol e receberão água e alimento; a instalação de dez tendas em pontos estratégicos, das 10h às 16h, com fornecimento de água e frutas, além de espaço pet; reforço na compra de ventiladores em unidades de acolhimento; e disponibilização de uma ambulância referenciada para atendimento a casos de exposição ao calor para atender essas tendas.
As tendas estarão abertas para acolhimento de qualquer pessoa que queira um abrigo com temperatura amena para descansar e se hidratar. Cada tenda também contará também com uma ambulância para eventuais atendimentos relacionados à saúde.
A intensificação da infraestrutura da rede de acolhimento da cidade de São Paulo e a abordagem das pessoas em situação de vulnerabilidade para que elas possam se proteger tem o objetivo de evitar insolação, desidratação e outros problemas que podem decorrer da exposição ao sol forte e altas temperaturas, anunciou a prefeitura.