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Gabriel Zaparolli/Arquivo (Imagem  meramente ilustrativa)

O Rio Grande do Sul entra para a história meteorológica mundial como o detentor do recorde de raio mais extenso já documentado no planeta. A descarga ocorreu na primavera de 2018 e o recorde foi oficializado hoje pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma das agências da Organização das Nações Unidas.

A mais extensa descarga elétrica na história ocorreu em 31 de outubro de 2018 no Sul do Brasil, na Metade Norte gaúcha e junto à divisa com Santa Catarina. O raio se estendeu da província argentina de Misiones, quase no Paraguai, passou pelo Rio Grande do Sul e foi até o Atlântico. A descarga complexa, semelhante a uma aranha, percorreu uma distância horizontal de cerca de 710 quilômetros, quase a distância entre Porto Alegre e Curitiba. 


A OMM também relatou um recorde de duração excessivamente longa de uma descarga sobre a Argentina em 4 de março de 2019. Durou 16,73 segundos. Essa descarga também se estendeu por várias centenas de quilômetros, mas não superou o recorde do Sul do Brasil. 

“Esses são extremos inacreditáveis”, escreveu Randy Cerveny, professor da Arizona State University e membro do comitê da OMM que certificou os registros.

Estes não eram raios comuns. A maioria que se vê saindo da base de uma tempestade tem apenas alguns quilômetros de comprimento, embora seja potencialmente mais extensa se estiver conectada a uma descarga nuvem-nuvem. E eles geralmente duram apenas um segundo ou dois.

Os raios recordes na América do Sul estão em uma categoria diferenciada, os dos chamados megaraios ou megaflashes. E há razões para acreditar que estes megaflashes podem não ser tão raros quanto se pensava.

Durante anos, o raio foi tratado como um evento local, mas as mais recentes pesquisas revelam que alguns eventos de raios podem ter uma “mesoescala”, atingindo a escala dos complexos de tempestades que ocasionalmente são enormes e que os criam.

Agrupamentos de tempestades em grande escala, conhecidos como “sistemas ou complexos convectivos de mesoescala”, os famosos CCMs da primavera e verão, podem gerar extensos campos elétricos. É possível que uma perturbação no campo desencadeie um raio que distribuirá a carga por enormes setores desse campo na forma de um raio por centenas de quilômetros.

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