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A MetSul Meteorologia adverte que o rio atmosférico vai permanecer sobre o Rio Grande do Sul ainda por muitos dias e trazendo instabilidade persistente com chuva frequente no estado e com altos volumes.

O que é um rio atmosférico? Um rio atmosférico é uma extensa e estreita faixa de ar extremamente úmido que se desloca na atmosfera transportando enormes volumes de vapor d’água, muitas vezes equivalentes ao fluxo de grandes rios na superfície. Por isso são conhecidos também como rios voadores.

Por que se formou este rio atmosférico? A origem está em um Vórtice Ciclônico em Altos Níveis da Atmosfera (VCAN) sobre o Centro do Brasil que cria um padrão de bloqueio atmosférico que canalizar a umidade da Amazônia para o Rio Grande do Sul nestes últimos dez dias de dezembro.

É por isso que o Centro do Brasil vai experimentar um fim de ano com chuva muitíssimo abaixo da média, quando normalmente deveria estar chovendo muito nesta época do ano, enquanto o Rio Grande do Sul vai enfrentar um período de chuva muitíssimo acima da média e fora dos padrões do fim de dezembro.

O que o rio atmosférico já trouxe de chuva? Estações meteorológicas já registraram na soma de ontem (21) e a madrugada e manhã desta segunda (22) volumes de 151 mm em Porto Lucena, 137 mm em Porto Vera Cruz, 136 mm em Porto Xavier, 134 mm em Campina das Missões, 132 mm em Santo Cristo, 127 mm em São Paulo das Missões, 114 mm em Santa Rosa, 110 mm em Giruá e 100 mm em Itaqui.

Por quanto tempo ainda vai atuar? Os dados indicam que o rio atmosférico vai seguir atuando no Rio Grande do Sul ainda por muitos dias. O canal de umidade ou rio voador continuará sobre o estado até o começo da semana que vem.

Os mapas a seguir mostram a projeção de Transporte de Vapor Integrado (IVT) em que se observa com nitidez a presença do rio atmosférico carregado de umidade vindo da Amazônia até o Rio Grande do Sul hoje, amanhã, quarta, quinta, sexta e sábado.

METSUL

Conforme o dia, o rio atmosférico vai estar mais ou menos intenso sobre o Rio Grande do Sul e deslocado mais para o Norte ou Sul gaúcho. Deve se intensificar entre esta terça e a quarta sobre o estado e novamente no próximo fim de semana.

A sua influência não se limita ao território gaúcho. Favorece instabilidade também no Nordeste da Argentina, Paraguai, Santa Catarina, Uruguai e até em parte do Centro da Argentina.

Quais são os seus impactos? O principal é chuva. O corredor de ar tropical quente e muito úmido vai favorecer dias e dias ainda com tempo instável em que ocorre chuva e que, localmente, é forte a intensa com elevados volumes.

Por essa razão, a MetSul Meteorologia está alertando que este fim de ano será de chuva excessiva no Rio Grande do Sul com acumulados muito altos de precipitação que podem causar alagamentos, inundações, enxurradas e até cheias de rios.

Os totais de chuva apenas desta semana podem passar de 100 mm em um grande número de municípios gaúchos e vários podem ter 150 mm a 200 mm. São projetados acumulados em alguns pontos nesta semana de 200 mm a 300 mm com risco de marcas superiores. O risco maior de chuva excessiva se concentra do Centro para o Oeste e o Noroeste do estado.

Mas não apenas a chuva é uma consequência do rio atmosférico. Com ar tropical quente e úmido vindo diretamente da Amazônia, o tempo fica muito abafado com desconforto térmico acentuado.

A umidade alta que impede significativo aquecimento durante o dia por outro lado impede queda maior da temperatura durante a noite. Por isso, as mínimas tendem a ser altas com uma sucessão de madrugadas em que a temperatura não deve baixar de 22ºC a 24ºC em Porto Alegre e muitas cidades gaúchas.

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