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A província argentina de Corrientes, que faz fronteira com o Oeste do Rio Grande do Sul, enfrenta alagamentos e inundações desde o fim de semana com dias seguidos de chuva intensa associada à atuação de rio atmosférico. O fenômeno manteve fluxo persistente de umidade desde áreas tropicais até a região, favorecendo precipitações volumosas e quase contínuas.

GOVERNO DE CORRIENTES

Entre domingo e segunda-feira, o acumulado de chuva chegou a 340 mm em cerca de 35 horas, um volume excepcional, na cidade de Corrientes, capital da província. Somente em uma hora e meia, entre 7h e 8h30 de segunda-feira, foram registrados 55 mm. Em alguns momentos, a intensidade da precipitação atingiu até 100 mm em apenas uma hora.

O excesso de chuva provocou alagamentos generalizados, rápida elevação do nível de canais e saturação completa do solo. O bairro La Olla foi o mais atingido, com dezenas de famílias obrigadas a deixar suas casas por causa da invasão da água.

Como medida emergencial, moradores foram levados para centros de acolhimento. Na capital correntina, escola abrigou 117 desabrigados. Outro ponto de assistência funcionou em centro comunitário.

O prefeito de Corrientes, Claudio Polich, acompanhou as ações em campo e destacou o trabalho conjunto das equipes municipais. Desde o início do temporal, foram mobilizadas caminhões e máquinas pesadas para limpeza de bueiros, desobstrução de canais pluviais e melhoria do escoamento da água.

O rio atmosférico foi determinante para a gravidade do evento. Esse tipo de sistema transporta grandes volumes de vapor d’água por longas distâncias e, ao encontrar condições favoráveis, provoca chuva persistente e intensa, elevando o risco de alagamentos e inundações repentinas.

Em toda a província foi montado um plano de ação pelo governo de Corrientes para atendimento das famílias atingidas e avaliação de obras hídricas estratégicas. A bacia do Pirayuí, uma das mais importantes para a drenagem urbana, opera no limite da capacidade.

A Defesa Civil informou que a situação está normalizada em cerca de 90%, embora ainda haja desabrigados também em San Luis del Palmar, onde a lenta vazão do Riachuelo dificulta o retorno às casas.

A instabilidade segue nos próximos dias. Autoridades alertam para a possibilidade de novas chuvas associadas à permanência de um corredor de umidade sobre a região, recomendando atenção aos comunicados oficiais.

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