Um rio atmosférico intenso trará chuva muito volumosa neste começo de semana para o Rio Grande do Sul com acumulados de precipitação localmente excessivos e que em alguns locais podem passar ou superar a média de chuva do mês inteiro.
A chuva em vários momentos da segunda-feira será forte a torrencial com volumes muito altos em curto período, de 50 mm a 100 mm em menos de três horas em alguns pontos, o que deve gerar alagamentos e inundações repentinas em zonas urbanas e rurais.
As taxas de chuva elevadíssimas podem gerar ainda o transbordamento de córregos e arroios, além de favorecer a rápida elevação de níveis de rios, uma vez que as calhas serão incapazes de suportar o grande volume em curto período.
Vai chover muito na madrugada com acumulados até localmente extremos na Metade Norte do estado, em especial no Noroeste gaúcho. No decorrer do dia se forma uma faixa de chuva muito volumosa entre o Noroeste, o Alto Jacuí, o Centro do estado, os vales, a Grande Porto Alegre e o Litoral Norte.
A chuva vem acompanhada de raios e trovoadas e há risco elevado de temporais localizados de vento forte e granizo. Ar mais frio ingressa durante a segunda metade do dia e com vento que sopra moderado e com rajadas por vezes de 50 km/h a 70 km/h em diferentes cidades. Por isso, a temperatura cai e as mínima ocorrem à noite.
O mapa abaixo mostra a projeção de chuva acumulado em 48 horas das 9h de hoje até 9h de terça-feira do modelo europeu, disponível ao assinante na seção de mapas (assine aqui), em que se observa uma extensa área com mais de 100 mm e pontos com chuva de 150 mm a 200 mm ou mais no período.
Uma área de baixa pressão com uma frente fria vai organizar um rio atmosférico que trará um enorme aporte de umidade para o Rio Grande do Sul nesta segunda. Os índices nos modelos de água precipitável são muito altos, sugerindo condição favorável à chuva muito volumosa.
Os rios atmosféricos são regiões longas e concentradas na atmosfera que transportam ar úmido dos trópicos para latitudes mais altas. O ar úmido, combinado com ventos de alta velocidade, produz chuva pesada e neve, conforme a região no mundo.
Esses eventos extremos de precipitação podem levar a inundações repentinas, deslizamentos de terra e danos catastróficos à vida e à propriedade. Embora os rios atmosféricos tenham muitas formas e tamanhos, aqueles que contêm as maiores quantidades de vapor de água podem criar chuvas e inundações extremas, muitas vezes parando sobre bacias hidrográficas vulneráveis a inundações.
Tais episódios podem interromper estradas, induzir deslizamentos de terra e causar danos catastróficos à vida e à propriedade. Na América do Sul, o Chile é afetado por rios atmosféricos que se originam a partir do Pacífico Sul enquanto o Brasil sofre com rios atmosféricos que se originam na Amazônia e transportam muita umidade por meio dos “rios voadores” para o Sul.