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Demanda por petróleo em níveis recordes nos Estados Unidos no momento em que o planeta tem seu período mais quente e o presidente norte-americano fala em “ameaça existencial” pelas mudanças climáticas | BRANDON BELL/GETTY IMAGES/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A demanda mundial por petróleo bateu níveis jamais vistos no mês de julho e subiu para um recorde de 102,8 milhões de barris por dia no mês, de acordo com a Goldman Sachs. Conforme relatório, a demanda de 2023 foi revisada para cima em cerca de 550.000 barris por dia com a estimativas de crescimento econômico mais forte do que o previsto na Índia e nos Estados Unidos, compensando uma desaceleração do consumo da China.

A produção de petróleo bruto no Texas atingiu uma alta histórica em maio, apontou relatório publicado na semana passada, coincidindo com um pico na demanda dos Estados Unidos. De acordo com dados mensais do governo, o Texas, que responde por aproximadamente 40% da produção de petróleo do país, produziu 5,49 milhões de barris por dia naquele período, o nível mais alto desde 1981. Ao mesmo tempo, a demanda de petróleo norte-americana subiu para 20,8 milhões de barris por dia, marcando o nível sazonal mais alto de todos os tempos.

Enquanto isso, o consumo global de carvão atingiu um novo recorde histórico em 2022 e permanecerá perto desse nível recorde este ano, à medida que o forte crescimento na Ásia, tanto para geração de energia quanto para aplicações industriais, supera o declínio nos Estados Unidos e na Europa, de acordo com a última atualização de mercado da IEA (Agência Internacional de Energia) de dias atrás.

O consumo de carvão em 2022 aumentou 3,3%, para 8,3 bilhões de toneladas, estabelecendo um novo recorde. Em 2023 e 2024, é provável que pequenos declínios na geração de energia a carvão sejam compensados por aumentos no uso industrial de carvão, prevê o relatório, embora haja grandes variações entre as regiões geográficas.

Espera-se que a China, a Índia e os países do Sudeste Asiático juntos respondam por 3 de cada 4 toneladas de carvão consumidas em todo o mundo em 2023. Na União Europeia, o crescimento na demanda de carvão foi mínimo em 2022, pois um pico temporário na geração de energia a carvão foi quase compensado pelo menor uso na indústria.

Espera-se que o uso europeu de carvão caia drasticamente este ano, à medida que as energias renováveis se expandem e as energias nuclear e hidrelétrica se recuperam parcialmente de suas recentes quedas. Nos Estados Unidos, o afastamento do carvão também está sendo acentuado pelos preços mais baixos do gás natural.

Ao mesmo tempo que o consumo de carvão e petróleo bate recordes no mundo, o Monitor Global de CO2 informou as emissões globais de dióxido de carbono no primeiro semestre (janeiro a junho) de 2023 foi 0,3% maior do que no mesmo período de 2022, e 2,2% superior a 2019, antes da pandemia.

Em meio a ondas de calor intensas que assolam o Hemisfério Norte, é certo que julho entrará para a história como o mês mais quente do mundo já registrado, dizem cientistas. O mês foi tão quente que os pesquisadores estão confiantes de que o recorde de 2019 será quebrado por uma larga margem. Alguns especialistas acreditam que julho pode ter sido o mês mais quente dos últimos 120.000 anos, ou seja, de toda a civilização humana.