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Um asteroide chamado 2025 PN7 vai compartilhar a órbita da Terra até o ano de 2083, segundo astrônomos. A descoberta, publicada recentemente na revista IOP Science, despertou curiosidade ao ser descrita como uma “quasi-lua” do nosso planeta.

LOKMAN VURAL ELIBOL/ANADOLU/AFP/METSUL

Apesar do nome, as quasi-luas não são luas de verdade e não orbitam diretamente a Terra. Elas giram em torno do Sol, como os demais asteroides, mas em trajetórias muito parecidas com a da Terra. Por isso, às vezes parecem acompanhá-la, explicou Phil Nicholson, professor de astronomia da Universidade Cornell.

“Pense em um lobo que segue o acampamento de caçadores pré-históricos em busca de restos, mas que não faz parte da tribo e um dia vai embora”, comparou Nicholson. De acordo com Zoe Ponterio, gerente do Spacecraft Planetary Image Facility da Cornell, o objeto parece orbitar a Terra apenas do nosso ponto de vista.

Isso ocorre porque sua trajetória é ovalada — em alguns momentos ele está mais próximo do Sol do que a Terra, e em outros, mais distante. Quando se aproxima do Sol, move-se mais rápido; quando se afasta, fica mais lento.

Essa variação faz com que o asteroide pareça estar circulando o planeta. “Com a Terra e a quasi-lua se alternando ao ultrapassar uma à outra, o objeto parece se mover ao nosso redor”, explicou Ponterio.

Com o tempo, a órbita do 2025 PN7 mudará novamente, passando a ter formato de ferradura. Isso fará o asteroide parecer oscilar no céu conforme alterna entre o lado interno e o externo da trajetória terrestre.

O objeto foi detectado pelo telescópio Pan-STARRS, no observatório Haleakala, no Havaí, em 29 de agosto. Mas dados antigos indicam que ele já acompanha a Terra há cerca de seis décadas.

Segundo a NASA, o asteroide é muito pequeno e escuro, com magnitude 26, invisível a olho nu e até mesmo a telescópios amadores. “Esse objeto é pequeno, escuro e distante demais para ser visto sem instrumentos muito potentes. O público não verá uma ‘segunda lua’ no céu”, destacou Ponterio.

Seis outros objetos semelhantes — chamados de quasi-luas ou mini-luas temporárias — já foram identificados nas proximidades da Terra. Em 2024, um pequeno asteroide chegou a ser capturado brevemente pela gravidade terrestre, orbitando o planeta por dois meses antes de seguir viagem.

Para Kelle Cruz, professora de física e astronomia no Hunter College, em Nova York, a descoberta mostra o quanto o Sistema Solar é mais dinâmico e diverso do que costumamos imaginar. Ela ressaltou que projetos como o Pan-STARRS e o Levantamento LSST, que será realizado pelo Observatório Rubin, no Chile, estão abrindo uma nova era de descobertas.

“Esses projetos nos permitem encontrar coisas pequenas e tênues que se escondem não só no Sistema Solar, mas também na nossa galáxia”, disse Cruz. “Essa nova quasi-lua é apenas o começo de uma enxurrada de descobertas que ainda virão”, destacou.

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