Cinco nuvens de gafanhotos estão neste momento no Norte da Argentina e são de grandes proporções. Somente uma delas, conforme especialistas argentinos, pode ter o dobro do número de insetos na nuvem quase exterminada duas semanas atrás no município de Federación, em Entre Ríos, perto da fronteira com o Brasil e do Uruguai. Isso significa que somente uma das cinco nuvens no Norte argentino teria, segundo estimativas, ao redor de 800 milhões de gafanhotos.
#Argentina Una gigantesca manga de langostas atraviesa la localidad de Matará, provincia de Santiago del Estero. Los productores de la Federación de Asociaciones Agropecuarias Santiagueñas difundieron este preocupante video a través de @CRAprensa. pic.twitter.com/VAi5Jv6lt4
— Radio AN24 (@RadioAN24) August 9, 2020
#Langostas en la localidad de Matará, en la provincia de #SantiagoDelEstero.
A monitorear y estar alerta y avisar al @SenasaAR ! pic.twitter.com/E4Sla5vj3i
— CRA (@CRAprensa) August 9, 2020
A solução para o problema da praga de gafanhotos deve ser “regional, entre Argentina, Paraguai e Bolívia”, disse a engenheira Claudia Torchán, da Área de Proteção de Plantas da agência fitossanitária da Argentina SENASA.
“Na Argentina o problema está sendo muito bem combatido por meio do sistema de monitoramento e, graças aos acordos regionais com o Paraguai e a Bolívia, pretende-se que esses países também utilizem as mesmas ferramentas de monitoramento”, acrescentou o especialista à agência de notícias Télam.
A expert observou que grandes nuvens de insetos têm alta capacidade reprodutiva pois podem botar de 80 a 100 ovos em três ou quatro gerações e explicou ser “fundamental monitorar constantemente para não chegar a uma situação incontrolável “.
ALERTA LANGOSTA
cerca de Bandera pic.twitter.com/5bfT0AVl0F— Juan Pablo Karnatz (@jpkarnatz) August 5, 2020
O diretor das Confederações Rurais Argentinas (CRA) em Santiago del Estero, Pablo Karnatz, concordou com Torchán e enfatizou que “a questão do gafanhoto é um problema regional que envolve todos os países vizinhos, porque essas nuvens vêm de Paraguai e Bolívia ”. Afirmou que “é uma situação difícil e por isso deve haver uma luta regional”.
Nos últimos dias, nuvens de gafanhotos de grande extensão entraram no território de Santiago e o último relatório, segundo o engenheiro Torchán, observou que “foram detectadas duas no Sul da província de Santiago del Estero e uma no Norte” com danos na produção de trigo.
O último mapa divulgado pelo serviço fitossanitário do governo argentino (SENASA) com o posicionamento das seis nuvens mostra que não existe nenhum risco iminente para o território brasileiro.
Há um foco quase eliminado em Entre Rios, a cem quilômetros do território gaúcho, e mais cinco nuvens no Norte argentino a 500 quilômetros do Brasil, afetando Formosa, o Chaco e Santiago del Estero.
Estas nuvens de gafanhotos no Norte argentino estão se movendo rapidamente com o tempo quente e o vento Norte, mas não representam risco neste momento para o Brasil.