O Brasil enfrenta uma crise ambiental com qualidade do ar insalubre neste domingo em oito estados e no Distrito Federal, de acordo com a IQAir, uma empresa de tecnologia da qualidade do ar sediada na Suíça que monitora as condições da atmosfera no mundo inteiro.
Conforme os dados deste domingo divulgados pela IQAir, a qualidade do ar é descrita como “unhealthy” ou insalubre (prejudicial à saúde) nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Pará, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e mais a área do Distrito Federal (Brasília e cidades do entorno).
Os piores índices de qualidade do ar são observados no estado de Rondônia, onde os índices de qualidade estão acima de 200, ou seja, entre muitos ruins e péssimos como grande quantidade de fumaça com material particulado por queimadas no estado e no chamado de arco do desmatamento, no Sul do Amazonas.
Em Brasília, os índices de qualidade do ar medidos estão entre 150 e 180, apontando péssima qualidade do ar pela grande presença de material particulado (MP2.5 e MP10) na atmosfera. Também em Rio Branco, no Acre, as medições apontam índices de 180 ou mais, o que caracteriza péssima qualidade do ar.
Conforme a tabela da Cetesb de São Paulo e usada por vários serviços ambientais do Brasil, a qualidade do ar é boa com índices de 0 a 40, moderada de 41 a 80, ruim de 81 a 120, muito ruim de 121 a 200 e péssima acima de 200.
O Brasil possui baixíssima cobertura de estações de qualidade do ar, o que dificulta o monitoramento do ar que o brasileiro respira. Modelos numéricos e satélites auxiliam no monitoramento diário das condições atmosféricas.
A deterioração da qualidade do ar em grande parte do território nacional se dá pela fumaça que se origina de múltiplos pontos com fogo na Amazônia, Pantanal, países vizinhos, São Paulo e focos de fogo locais e de menor escala em diversos estados.
Prefeituras em diversos estaduais e governos estaduais estão fazendo recomendações à população diante da crise ambiental peçla pluma de fumaça de queimadas. Com o avanço de uma frente fria pelo Centro-Oeste e o Sudeste, a fumaça foi deslocada nas últimas horas para parte de Minas Gerais, Goiás e o Distrito Federal, cobrindo Brasília com uma névoa laranja e afetando os voos em Goiânia.
A fumaça interrompeu uma festa rave em Altinópolis (SP) e cerca de 500 pessoas precisaram de atendimento médico. De acordo com a prefeitura, as chamas não chegaram a atingir o espaço, mas foi necessária uma força-tarefa para socorrer as vítimas que passaram mal ao inalarem fumaça.
Ainda no interior de São Paulo, a fumaça dos incêndios causaram alta de problemas respiratórios e de atendimentos nas unidades de saúde. O aumento foi de cerca de 60% na procura em unidades do serviço de saúde púlica da cidade de São Paulo.
As autoridades recomendam usar lágrimas artificiais para aliviar a ardência e a secura nos olhos e uso de umidificador que ajuda a reduzir as partículas no ar, tornando o ambiente mais úmido. Se não tiver um, aconselha-se usar bacias com água e toalhas molhadas como alternativas eficazes.
Recomendam ainda usar máscara sempre que sair de casa. Dizem ainda para manter portas e janelas fechadas, incluindo as do carro, para evitar que a fumaça entre. Não aconselham ainda praticar atividades físicas ao ar livre e sim em locais fechados e bem ventilados.
Nas estradas, a recomendação é para usar faróis baixos, manter uma distância segura dos outros veículos e ficar com as janelas fechadas do carro. Se encontrar fogo ou fumaça densa, parar no acostamento e aguarde em segurança. Caso seja surpreendido por uma queimada onde a fumaça adentre a pista, é importante reduzir a velocidade, fechar os vidros do veículo, manter distância segura do veículo à frente, posicionar o sistema de ventilação na posição recircular e não parar o veículo na pista.
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