A madrugada desta terça-feira registrou a primeira formação desta primavera de um Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM na sigla) com a presença de ar quente e úmido no interior do continente.
METSUL
O CCM podia ser visto na imagem de satélite das 6h da manhã como um aglomerado de nuvens carregadas a Oeste do Rio Grande do Sul, centrado entre a província argentina de Corrientes e o Sul do Paraguai.
Um CCM (Complexo Convectivo de Mesoescala) é um tipo de sistema convectivo organizado em escala intermediária — maior que tempestades isoladas, mas menor que grandes sistemas como ciclones extratropicais.
Em geral, um CCM se caracteriza por ser um aglomerado de várias células de tempestade interconectadas, frequentemente com aparência quase simétrica (circular) nas imagens de satélite.
Típico de CCMs é que eles durem várias horas — normalmente se formam ao final da tarde ou à noite — e atinjam maturidade durante a madrugada, dissipando-se até o meio do dia seguinte.
Do ponto de vista estrutural, no canal infravermelho de satélite os topos das nuvens que compõem o CCM aparecem muito frios, com temperaturas no alto das nuvens de -70ºC a -90ºC, uma vez que as nuvens de grande desenvolvimento vertical atingem altitudes elevadas de até 15 km ou mais.
Em muitos casos, esses complexos convectivos produzem fenômenos severos como chuvas intensas, granizo, descargas elétricas e ventos fortes.
Aqui no Cone Sul da América do Sul, especialmente no Sul do Brasil e em áreas da Argentina e Paraguai, os CCMs são fenômenos relativamente comuns durante a primavera e o verão, quando a atmosfera está muito quente, úmida e instável.
A MetSul destaca que muitos destes eventos se originam no Nordeste argentino ou no Paraguai e avançam para o Sul do Brasil, trazendo chuva localizada e temporais, mas o desta terça-feira terá maior força nos países vizinhos.
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