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O furacão Erin tornou-se neste sábado (16) o primeiro furacão intenso (categorias 3 a 5) da temporada de 2025 no Atlântico, após um processo de rápida intensificação que confirmou a expectativa de meteorologistas que projetavam o sistema ganhando força rápido ao avançar sobre águas mais quentes.

Meteorologistas do Centro Nacional de Furacões (NHC) em Miami observa nas telas o avanço do furacão Erin pelo Caribe | JOE RAEDLE/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP/METSUL

O sistema alcançou ventos sustentados de 230 km/h, configurando-se como categoria 4 na escala Saffir-Simpson. O Centro Nacional de Furacões (NHC) informou que Erin está a cerca de 240 quilômetros a Nordeste de Anguilla, movendo-se para oeste-noroeste a 31 km/h. Apesar de não tocar terra diretamente, os impactos já se fazem sentir em diversas ilhas.

Chuvas intensas, rajadas fortes de vento e mar agitado provocam transtornos em várias áreas do Caribe. A previsão indica acumulados de 50 mm a 100 mm de chuva, com pontos isolados chegando a 150 mm, aumentando o risco de enchentes repentinas.

Autoridades também alertam para a possibilidade de deslizamentos de terra em áreas montanhosas. O NHC destacou que as inundações urbanas e os desmoronamentos são ameaças reais, especialmente em locais mais vulneráveis a chuvas prolongadas e solos já encharcados.

Além das chuvas, ondas violentas e correntes de retorno atingem o litoral das ilhas do Caribe. O fenômeno deve se espalhar nos próximos dias pelo Caribe, Bahamas, Bermudas e alcançar a Costa Leste dos Estados Unidos com ressacas perigosas.

A Guarda Costeira dos Estados Unidos ordenou o fechamento de seis portos em Porto Rico e dois nas Ilhas Virgens Americanas. A medida visa reduzir riscos à navegação e proteger embarcações diante da aproximação do furacão.

O governo de Porto Rico anunciou que 367 abrigos já foram vistoriados e podem ser ativados rapidamente. O objetivo é oferecer locais de segurança para famílias desalojadas ou que precisem sair de áreas consideradas de risco.

Nas Bahamas, autoridades abriram abrigos de forma preventiva e pediram que a população acompanhe atentamente os boletins meteorológicos. “Essas tempestades são voláteis e podem mudar de direção de maneira repentina”, alertou Aarone Sargent, diretor da agência de gestão de desastres.

Segundo especialistas do NHC, Erin deverá manter sua intensidade elevada nos próximos dias, sustentado pelas águas excepcionalmente quentes do Atlântico. A expectativa é de que o sistema cresça em tamanho, dobrando ou até triplicando sua extensão até o meio da semana.

A trajetória prevista indica uma curva gradual para o Norte e depois Nordeste, afastando o centro do furacão do território continental dos Estados Unidos. Para Bermuda, no entanto, a situação é mais delicada, com possibilidade de exposição ao quadrante mais intenso.

NHC/NOAA

Até agora, a temporada de 2025 havia registrado apenas tempestades tropicais: Andrea, Barry, Chantal e Dexter. Nenhuma delas chegou a se fortalecer como furacão, o que fez de Erin o primeiro sistema com maior intensidade deste ano.

A média histórica aponta que o primeiro furacão costuma surgir em torno de 11 de agosto. Assim, Erin chega levemente atrasado em comparação a temporadas recentes, quando até três furacões já haviam se formado neste período.

Ainda assim, a ameaça é significativa. Especialistas lembram que agosto e setembro compõem o auge da temporada, tradicionalmente marcado por maior atividade ciclônica. Os próximos meses deverão concentrar os principais riscos no Atlântico.

Antes de receber nome, o sistema já havia causado danos consideráveis. Ainda classificado como Invest 97L, Erin provocou chuvas torrenciais nas ilhas de Cabo Verde, resultando em mortes e enchentes graves, o que reforçou sua periculosidade inicial.

O processo de rápida intensificação de Erin é um alerta extra. Em apenas 24 horas, os ventos do sistema passaram de 110 km/h para mais de 230 km/h. Esse fenômeno vem se tornando mais frequente nos últimos anos, ligado ao aquecimento oceânico.

No ano passado, nove tempestades tropicais no Atlântico intensificaram-se de forma explosiva, entre elas os furacões Helene e Milton. Com oceanos mais quentes, esse comportamento extremo tende a se repetir, elevando o risco para comunidades costeiras. Com previsão de mares ainda mais aquecidos nas próximas semanas, as condições para a formação de novos ciclones permanecem elevadas.

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