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O primeiro episódio de ZCAS do verão meteorológico (trimestre de dezembro a fevereiro) vai provocar chuva volumosa e localmente excessiva com possibilidade de acumulados em alguns pontos de até 200 mm a 300 mm.

METSUL

O mapa acima mostra a projeção de chuva para cinco dias do modelo do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF), que está disponível ao assinante (assine aqui) em nossa seção de mapas.

Frente fria que avança pelo oceano junto à costa, associada a um centro de baixa pressão no Atlântico, vai reforçar o canal primário de umidade da América do Sul e dar origem ao primeiro evento do verão meteorológico da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).

Os dados indicam que a ZCAS vai provocar chuva volumosa nesta segunda metade da semana e no começo da próxima no Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Espírito Santo e o Sul da Bahia.

Áreas do Norte de São Paulo, do Norte do Mato Grosso do Sul e do Sul do Pará também podem registrar acumulados localmente elevados de chuva.

Onde mais chover, ao longo do canal de umidade vindo da Amazônia e que se organiza com a ZCAS, haverá volumes generalizados acima de 100 mm com acumulados isolados acima de 200 mm, não se afastando até 300 mm em poucos dias em alguns pontos.

São volumes capazes de gerar alagamentos, inundações repentinas, enxurradas e ainda deslizamentos de terra com riscos para as populações das áreas afetadas pelas intensas precipitações.

A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é conhecida por uma faixa de nebulosidade que cruza o Brasil. Este corredor de umidade, um verdadeiro rio atmosférico, tem uma orientação climatológica típica de Noroeste para Sudeste, estendendo-se da região da Amazônica até o litoral da Região Sudeste.

Em alguns casos, especialmente durante o verão, a orientação da ZCAS chega a levar a faixa de maior instabilidade até os litorais do Paraná e de Santa Catarina, o que explica o tempo às vezes muito chuvoso durante o verão no litoral catarinense enquanto o Oeste de Santa Catarina enfrenta estiagem e falta de chuva.

Os eventos de ZCAS são sazonais. São comuns entre os meses de novembro e março, ou seja, é um fenômeno típico de estação quente e podem durar até dez dias consecutivos, causando grandes volumes de precipitação nas áreas de atuação.

Tais eventos da Zona de Convergência do Atlântico Sul podem ser iniciados com a participação de frentes frias, que atravessam o Sul do Brasil e que ao chegarem na Região Sudeste passam a gerar convergência de umidade da região amazônica até o Oceano Atlântico.

Os episódios de ZCAS são conhecidos por provocar volumes muito altos de chuva sobre o Sudeste do Brasil, em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Trazem ainda muita chuva em áreas do Centro-Oeste, especialmente no Mato Grosso e em Goiás.

Sempre que se forma um episódio da Zona de Convergência do Atlântico Sul aumenta a preocupação com chuva excessiva a extrema no Sudeste do Brasil porque os eventos de ZCAS favorecem episódios de chuva extrema localizada com inundações e deslizamentos de encostas.

A ZCAS, por outro lado, tem um efeito secundário que reduz a chuva em parte do Brasil. Quando ela atua entre o Norte, o Centro-Oeste e o Sudeste do país, há uma tendência de diminuição das precipitações mais ao Sul do país, notadamente no Rio Grande do Sul. Como um cobertor curto, em que uma ponta se cobre e a outra é descoberta, e vice-versa, o rio atmosférico direcionado para o Sudeste do Brasil reduz o aporte de umidade para o Sul do Brasil.

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