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Para onde vai o canal de umidade primário de umidade da Amazônia, vai a chuva. Como é o comum nesta época do ano, o canal está com sua orientação entre o Norte e o Sudeste do Brasil, passando pelo Centro-Oeste.

Estes últimos dias de janeiro e os primeiros de fevereiro devem ter a configuração típica do regime de chuva no território brasileiro na estação com o canal primário de umidade amazônico convergindo em direção ao Centro- Oeste e Sudeste. Como resultado, vai chover bastante em muitas áreas que têm sofrido com excesso de precipitação e repetidos transtornos devido à alta frequência de temporais.

O estado que mais preocupa é a Minas Gerais porque o mais castigado até agora nesta estação chuvosa do Centro do país. Com os fortes temporais que continuam castigando o estado nas últimas semanas, subiu para 234 número de municípios em situação de emergência em Minas.

Ao todo, já são 2.068  pessoas desabrigadas (necessitam de abrigo público), 11.447 desalojadas (desocuparam os domicílios) e 21 mortes registradas até agora no estado mineiro. A cidade de São Domingos do Prata decretou situação de calamidade pública.


O alto teor de umidade atmosférica, combinado com o aquecimento durante todo o dia, é favorável à ocorrência de pancadas de chuva em todo o estado de Minas Gerais. Nos próximos dias, a chuva será frequente no território mineiro com pancadas localmente torrenciais e alto risco de temporais isolados com alagamentos e inundações repentinos.

A chuva mais volumosa nos próximos dez dias é esperada entre o Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Norte de São Paulo, Minas Gerais, parte do Rio de Janeiro e o Espírito Santo. Exatamente onde vai atuar o grande rio atmosférico carregado de umidade vindo da Amazônia e alimentando pelo ar úmido que chega ao país do Atlântico pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), perto do Equador.

O mapa abaixo mostra a projeção de chuva para dez dias do modelo europeu com base na saída da 0Z desta terça-feira (24). As projeções  de chuva deste e outro modelos podem ser consultadas a qualquer hora com duas a quatro atualizações pelo assinante (assine aqui) em nossa seção de mapas.

No Sudeste do Brasil, a instabilidade diminui em São Paulo e mais ao Sul de Minas agora nesta segunda metade da semana, mas tende a aumentar novamente no começo da semana que vem com o retorno das pancadas e dos temporais mais frequentes à medida que uma fraca frente fria vai avançar pelo Sul do Brasil.

No final da semana, o canal de umidade se dividirá em dois; o primeiro se mantendo na direção do Sudeste o segundo descendo na direção da província de Buenos Aires que auxiliará no retorno da chuva ao país vizinho e também para o Uruguai.

Isso vai determinar também que a instabilidade aumente na segunda metade da semana no Rio Grande do Sul com chuva isolada de verão em mais lugares e aumento do potencial para tempo severo localizado devido ao excessivo calor. No fim de semana, o avanço de uma frente fria deve trazer chuva mais generalizada ao estado gaúcho e demais áreas da Região Sul.

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