Os gaúchos tiveram uma madrugada hoje de medo pelo vento intenso que provocou ainda mais estragos e deixou milhões sem luz.
Rajadas de vento hoje chegaram a 117 km/h em Santa Vitória do Palmar, 114 km/h no porto de Rio Grande, 106 km/h em Teutônia, 97 km/h em Teutônia, 98 km/h em Capão do Leão, 96 km/h em Canela e Tramandaí, 92 km/h em Campo Bom e 91 km/h em Vacaria.
Muitas cidades anotaram vento de 70 km/h e 90 km/h. Porto Alegre teve 85 km/h no aeroporto, mas dentro da cidade o vento foi mais intenso.
A MetSul considera que foi o pior episódio de vento no Litoral Norte desde o furacão Catarina de 2004 pela magnitude dos danos observados em alguns balneários.
O ciclone extratropical de agora provocou mais estragos em Capão da Canoa e Xangri-lá que o ciclone tropical raro de 16 anos atrás, quando os danos se concentraram na área de Torres e no Sul Catarinense pelo vento de quase 200 km/h e foram muito superiores aos de agora com 1500 residências total ou parcialmente destruídas e quase meio bilhão de dólares em prejuízo.
Os mortos pelas tempestades associadas à formação do ciclone bomba na terça (30) chegam a 11, dez em Santa Catarina e um no Rio Grande do Sul. A MetSul não tem na memória que ciclone extratropical tenha provocado tantas mortes no Sul do país na história recente. O furacão de 2004, ciclone diferente pois tropical, trouxe idênticos 11 mortos.
Quase 10 milhões de pessoas ficaram sem luz em algum momento no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná entre terça e hoje, número que a MetSul igualmente não tem registro tenha sido atingido na história recente do Sul do Brasil por tempo severo. O furacão Catarina não trouxe impacto tão expressivo no setor elétrico porque o diâmetro do campo de vento intenso era muito menor que em um ciclone extratropical e rapidamente o furacão se dissipou ao ingressar no continente.
O ciclone bomba de 30 de junho e 1 de julho de 2020 (imagem) entra, assim, para a história como um dos mais fatais e de maior impacto já vistos no Sul do Brasil nas últimas décadas.