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Um integrante da Força Aérea dos Estados Unidos destacado para missões dos chamados voos caça-furacões da NOAA, a agência de tempo e clima do governo dos Estados Unidos, publicou no final desta segunda vários vídeos dos voos de reconhecimento realizados ao longo do dia no olho do furacão categoria 5 Melissa.

USAF/NHC

 

As imagens são algumas das mais impressionantes, para não dizer as mais incríveis já feitas até hoje no olho de um poderoso furacão do Atlântico com uma riqueza de detalhes impressionante como mesovórtices no interior do olho e o denominado efeito estádio.

O efeito estádio no olho de um furacão é uma das formações mais impressionantes e características observadas nas tempestades tropicais de grande intensidade. Ocorre quando as paredes do olho — chamadas de eyewall — se inclinam para fora à medida que sobem, criando uma aparência semelhante às arquibancadas de um estádio de futebol vistas de baixo para cima.

Esse formato se forma porque o ar ascendente nas bordas do olho é extremamente intenso e carregado de umidade. À medida que o ar sobe, a força centrífuga e a estrutura do vórtice fazem com que as nuvens se expandam lateralmente, abrindo o topo do olho e deixando o centro limpo e circular.

O resultado é um “poço” vertical com paredes simétricas, onde o céu pode estar parcialmente claro e o sol até visível — um contraste marcante com os ventos violentos e as chuvas torrenciais que cercam o olho.

O efeito estádio é típico de furacões muito organizados e intensos, geralmente de Categoria 4 ou 5, como se dá com Melissa, e costuma ser um indicativo de que a tempestade atingiu um estado de maturidade e força máximas.

Uma das missões de reconhecimento hoje no interior do furacão Melissa teve que ser abortada por segurança depois que a tripulação encontrou turbulência extrema em um dos quadrantes da parede do olho.

Veja as incríveis imagens no olho de Melissa

Veja a seguir os incríveis vídeos gravados nas últimas horas no interior do olho do furacão Melissa com o chamado efeito estádio e a observação até das águas dos oceanos com ondas de dentro do olho da tempestade.

Melissa será devastadora na Jamaica

Um monstro, literalmente um monstro na atmosfera. O furacão Melissa continuou ontem a se intensificar no Caribe ao Sul da Jamaica e atingiu o máximo da escala Saffir-Simpson dos furacões com categoria 5. Seus números estavam entre os mais intensos furacões da história do Atlântico.

No boletim do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos do fim da tarde de ontem, os ventos sustentados eram de 280 km/h com rajadas acima de 300 km/h. Sua pressão central estava apenas em 906 hPa, uma das mais baixa já registradas no hemisfério.

Uma sonda lançada de um avião caça-furacões da NOAA no interior do violentíssimo furacão captou rajada de 386 km/h a apenas 100 metros de altitude. Uma das missões de reconhecimento até o olho incrivelmente simétrico do furacão teve que ser abortada pela turbulência extrema encontrada pelos pilotos experientes neste tipo de voo.

O Centro Nacional de Furacões (NHC) emitiu um alerta dramático para a Jamaica, pedindo que a população não saia dos abrigos. O órgão alerta para inundações súbitas catastróficas por maré de tempestade e chuva acima de 1000 mm, deslizamentos de terra generalizados e potencialmente fatais, e colapso estrutural total de estruturas que se traduz como áreas inteiras serem varridas do mapa.

A projeção do NHC indica Melissa cruzando a Jamaica entre hoje e amanhã com força devastadora, atingindo na sequência o Leste de Cuba com menor intensidade, mas ainda força destrutiva.

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