O mapa mostra as anomalias de temperatura da superfície do mar no Oceano Pacífico Equatorial Leste. Apesar de oficialmente o oceano estar neutralidade, assim sem El Niño ou La Niña, a configuração das anomalias com uma “língua” bem definida de águas mais frias do que a média na faixa equatorial se assemelha muito ao que se vê quando se está sob La Niña.

Esse resfriamento já influenciou nosso inverno com meses de julho e agosto, na média, mais frios em muitas áreas com redução da chuva no Sul do Brasil. Esse padrão mais frio no oceano, em se tratando de setembro e outubro, porém, não significa estiagem.


Já houve enchentes com La Niña no mês de setembro. Por quê? Como a primavera é uma estação de transição com incursões de ar quente mais fortes do que no inverno e uma maior frequência de encontro de massas de ar frio e quente, chove normalmente mais.

O risco é a persistência deste padrão de resfriamento no final do ano e no verão porque Pacífico Centro-Leste frio entre novembro e março aumenta o risco de irregularidade de chuva e até de estiagem.

As águas mais frias hoje observadas ainda agravam o risco de ocorrência de geada tardia nos meses de setembro a novembro no Sul do país, notadamente em áreas de maior altitude no decorrer da primavera. Espera-se geada tardia no Rio Grande do Sul no setembro que se inicia.  


Pacifico Leste mais frio não aumenta o número de tempestades, mas há análises empíricas que o risco de temporais mais severos aumenta com uma maior propensão para queda de granizo.