Uma forte onda de calor castiga partes da Europa, elevando temperaturas a até 43°C no sul da França e aumentando o risco de incêndios em áreas vitivinícolas, enquanto Bulgária e Hungria também sofrem com marcas históricas.
FILIPPO MONTEFORTE/AFP/METSUL
Na França, recordes foram quebrados em quatro estações meteorológicas do sul. Em Bordeaux, a máxima chegou a 41,6°C, superando os 41,2°C de 2019. Houve registros inéditos também em Bergerac, Cognac e Saint-Girons, informou a Météo-France.
O calor intenso já provoca tragédias. Na Itália, um menino romeno de quatro anos morreu dias após ser encontrado inconsciente dentro do carro da família na Sardenha. Ele foi levado de helicóptero a um hospital em Roma, mas não resistiu.
Cientistas alertam que a Europa é o continente que mais aquece no mundo. Segundo a plataforma britânica Carbon Brief, 2025 deve ser o segundo ou terceiro ano mais quente da história. O serviço climático Copernicus aponta aumento médio de 2,3 °C desde a era pré-industrial, quase o dobro da média global.
Dados da União Europeia mostram que a área queimada neste verão já está muito acima da média de longo prazo, com grandes focos na Espanha, Portugal e incêndios mortais na Grécia desde o fim de junho.
No Reino Unido, a Met Office prevê que a quarta onda de calor do verão atinja o pico nesta terça-feira com até 33 °C em Londres. A agência de saúde pública emitiu alerta amarelo para idosos e pessoas com doenças crônicas.
Na França, centenas de bombeiros permanecem mobilizados no departamento de Aude, região de vinhedos e vegetação mediterrânea, protegendo áreas atingidas por um incêndio que queimou 16 mil hectares na semana passada. O fogo está controlado, mas pontos quentes ainda oferecem risco de reignição.
Na segunda, 12 departamentos franceses foram colocados em alerta vermelho, o nível máximo de calor, que se estende da costa atlântica ao Mediterrâneo. Outros 41 estão sob alerta laranja, assim como Andorra.
O alerta vermelho, criado em 2004 após o verão mortal de 2003, só foi emitido oito vezes. Ele permite suspender eventos ao ar livre, fechar espaços públicos e alterar horários de escolas e colônias de férias.
Na Bulgária, as máximas devem passar de 40 °C, com risco extremo de incêndios. O país já registrou cerca de 200 focos neste verão. Três grandes incêndios seguem ativos na fronteira com Grécia e Turquia, incluindo um em Strumyani que voltou a queimar após três semanas.
Mais de 100 bombeiros e equipes de emergência combatem as chamas em áreas de difícil acesso, com apoio de helicópteros do Exército e duas aeronaves suecas.
A Hungria também registrou temperaturas históricas no fim de semana, com 39,9°C no sudeste, superando a marca de 1948, e 38,7°C em Budapeste, recorde para a capital. O governo impôs proibição nacional de fogo diante da seca e do calor extremo.
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