Agosto tem sido um mês de extremos de calor efogo na Península Ibérica. Uma onda de calor de 16 dias que atingiu a Espanha neste mês foi a “mais intensa já registrada”, informou a agência meteorológica nacional AEMET.
JORGE GUERRERO/AFP/METSUL
Com incêndios florestais ainda em atividade no norte e no oeste da Espanha, a AEMET disse que as leituras provisórias da onda de calor de 3 a 18 de agosto superaram o recorde anterior, de julho de 2022, e mostraram uma temperatura média 4,6°C acima de outros eventos semelhantes.
Segundo a agência, o período de 8 a 17 de agosto foi a sequência de 10 dias consecutivos mais quentes já registrada no país desde pelo menos 1950. A onda de calor de agosto agravou as condições críticas de seca que alimentaram incêndios florestais, os quais já mataram quatro pessoas e forçaram milhares a deixar suas casas. Quatro pessoas também morreram em incêndios em Portugal, onde os serviços de emergência ainda lutam para controlar as chamas.
Mais de 1.100 mortes na Espanha foram associadas à onda de calor de agosto, de acordo com uma estimativa divulgada na terça-feira pelo Instituto de Saúde Carlos III. O instituto já havia informado que 1.060 mortes em julho podiam ser atribuídas ao excesso de calor, um aumento de 50% em relação ao mesmo mês de 2024.
Desde que começou a compilar registros em 1975, a AEMET contabilizou 77 ondas de calor na Espanha, sendo que seis tiveram temperaturas pelo menos 4 °C acima da média. Cinco delas ocorreram desde 2019.
https://twitter.com/AEMET_Esp/status/1959503228577423771
Cientistas afirmam que a mudança climática está provocando ondas de calor mais longas, mais intensas e mais frequentes em todo o mundo. A agência destacou que é “um fato científico que os verões atuais são mais quentes do que nas décadas anteriores”.
“Nem todo verão será mais quente do que o anterior, mas existe uma tendência clara em direção a verões muito mais extremos. O fundamental é adaptar-se e mitigar as mudanças climáticas”, acrescentou.
Os incêndios em andamento no norte da Espanha já destruíram mais de 350.000 hectares nas últimas semanas e somam um recorde de mais de 400.000 hectares queimados desde o início do ano.
As autoridades afirmam que só agora começam a controlar os incêndios. Bombeiros e aviões de combate ao fogo de nove países europeus têm ajudado os serviços de emergência espanhóis.
Centenas de pessoas ainda permanecem afastadas de suas casas, embora muitas tenham começado a retornar nas últimas 24 horas. Portugal anunciou no sábado a quarta morte ligada aos incêndios atuais: um bombeiro de 45 anos, que havia ficado gravemente ferido ao combater as chamas na semana passada. Mais de 60.000 hectares já foram queimados em Portugal durante a onda de calor atual, e mais de 278.000 hectares desde o início do ano.
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