Moradores do interior de São Paulo ficaram impressionados com uma gigantesca nuvem de tempestade que foi vista a partir de várias cidades. A estrutura da formação e o seu enorme tamanho chamaram a atenção com registros feitos pelo público a partir de diversos municípios.

REDES SOCIAIS
A nuvem de tempestade foi observada por moradores principalmente em municípios das áreas de Sorocaba e Itapetininga durante a tarde de ontem. Houve registros da formação em cidades como Alambari, Araçoiaba da Serra, Capela do Alto, Salto de Pirapora, Sarapuí, Piedade e Tatuí.
O ambiente estava propício à formação de nuvem de grande desenvolvimento vertical devido à presença de uma massa de ar quente e úmido tropical sobre o estado de São Paulo. A temperatura chegou a 33,6ºC em Valparaíso e no vizinho Mato Grosso do Sul atingiu 41ºC.
Com o calor e a umidade se deu o que se chama de convecção, com o movimento do ar ascendente na atmosfera que forma estas nuvens de grande desenvolvimento vertical e que formam os temporais de verão.
No caso da nuvem que impressionou no interior paulista, a estrutura era de uma célula de tempestade. As chamadas supercélulas se caracterizam por possuir uma corrente ascendente de ar organizada e muitas vezes giratória, formando o que se denomina de um mesociclone.
A rotação é causada pelo cisalhamento do vento, que ocorre quando há uma diferença significativa na velocidade e direção dos ventos em diferentes altitudes. Por isso, em mesociclones podem se produzir tornados, além de outros fenômenos severos de vento e granizo.
O que os paulistas viram foi uma nuvem arco do tipo prateleira (shelf cloud) . Este tipo de nuvem está frequentemente associado a linhas de instabilidade e, muitas vezes, é descrito como nuvens de parede. As nuvens prateleiras se formam quando o ar mais quente se eleva em camada acima de uma camada de ar mais frio.
TEMPO | O que foi e o que causou a nuvem que impressionou o interior de São Paulo. ▶️ https://t.co/9jm0c7EGsZ 📷 Defesa Civil de SP pic.twitter.com/VmRoBUXmQP
— MetSul.com (@metsul) January 18, 2025
Durante este processo, o ar aquecido condensa rapidamente, gerando o aspecto característico da nuvem. O movimento rápido de deslocamento das nuvens prateleira, conhecidas como shelf clouds em Inglês, não raro produz ventos muito fortes que acontecem antes da chegada da tempestade propriamente dita.
A imensa nuvem Cumulonimbus em forma de prateleira chamou atenção ainda pela nebulosidade quase alcançando o solo, o que se explica pela presença de um outro tipo de nebulosidade que costuma acompanhar formações de tempestades imponentes.
São as chamadas nuvem escudo, que se formam em áreas de aumento da umidade relativa à medida que o ar sobe em uma tempestade. O termo Scud é sigla em Inglês para “Scattered Cumulus Under Deck”.
Embora pareçam ameaçadoras, estas nuvens junto à formação principal não produzem tempo severo e muitas vezes são confundidas com tornados. A maior diferença entre uma nuvem escudo e uma nuvem funil está na rotação. As nuvens escudo não giram.
São apenas parte de condensação que não está ligada às camadas mais altas de espessas nuvens de tempestade chamadas de Cumulonimbus. Ocorrem com mais frequência quando o vento frio e úmido encontra o ar quente antes de uma tempestade.
A MetSul Meteorologia está nos canais do WhatsApp. Inscreva-se aqui para ter acesso ao canal no aplicativo de mensagens e receber as previsões, alertas e informações sobre o que de mais importante ocorre no tempo e clima do Brasil e no mundo, com dados e informações exclusivos do nosso time de meteorologistas.