Fotografia: Casan/Divulgação

Estiagem na Grande Florianópolis é a pior da história, segundo avaliação da empresa de abastecimento de água e saneamento de Santa Catarina (Casan). O principal manancial do Sistema Integrado de Abastecimento da Grande Florianópolis, popularmente conhecido como Pilões, está com vazão de captação praticamente 50% abaixo do normal.

Maio foi o último em que o estado de Santa Catarina registrou volume de chuva acima da média climatológica em boa parte das regiões. Nos meses seguintes, a chuva tem sido escassa com intervalos longos de tempo seco associados a períodos de temperatura alta, o que agravou os efeitos da estiagem com impacto importante no sistema de abastecimento de água, afetando a Grande Florianópolis inclusive.

Analisando-se o último trimestre, no mês de julho, o Sul e o Leste chegaram a registrar acumulados ao redor de 90 mm, com volumes maiores na Serra. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia, em São Joaquim choveu 177 mm, em Bom Jardim da Serra 146 mm e Santa Marta (Laguna) 117 mm. Grande parte do Estado não acumulou nem sequer 30 mm.

Já em agosto a situação foi ainda pior. Em boa parte do estado a chuva teve acumulados que oscilaram entre 1 e 20 mm. Em Florianópolis, estação convencional do Inmet registrou apenas 5,5 mm no mês inteiro.

No mês de setembro, a passagem de uma frente fria na semana passada atenuou um pouco o quadro que ainda está muito longe de ser revertido. A passagem do sistema frontal distribuiu entre 40 e 60 mm em muitas áreas. No Vale do Itajaí choveu mais, com acumulados perto de 100 mm.

Próximas semanas

Modelos projetam que o regime de precipitação poderá ter uma melhora na região neste começo de primavera com as frentes frias conseguindo avançar para latitudes menores e, assim, levar chuva para Santa Catarina. É importante ressaltar que este é um período favorável a tempestades e tempo severo, o que poder interferir na distribuição da chuva que seguirá irregular, apesar de um pouco mais freqüente. A expectativa ainda não é de recuperação total, porém o intervalo entre um episódio de chuva e outro deverá ser menor.

Avaliando a curto e médio prazo, os modelos indicam que é provável que não chova mais significativamente no Estado neste mês setembro. Com base na previsão do acumulado de chuva de 10 dias do modelo canadense, a previsão é que nos primeiros dias do mês de outubro a passagem de uma frente fria poderá trazer acumulados de chuva expressivos, sobretudo no Oeste.

O modelo norte-americano GFS, com projeção de acumulado de chuva de 15 dias, igualmente aponta um aumento da chuva em outubro. Este modelo indica que a chuva tende a ser mais volumosa na Metade Leste.

Avaliando cenário de mais de longo prazo, com base nos gráficos de 45 dias que você assinante encontra aqui no site para qualquer município, o modelo norte-americano CFS indica uma possibilidade da chuva se tornar mais freqüente entre a segunda metade do mês outubro e primeiros dias de novembro. Abaixo o gráfico da previsão para Florianópolis que já enfrenta há semanas problemas de abastacimento.

No Vale do Itajai, a solução do gráfico é similar indicando maior freqüência de chuva a partir da segunda metade do mês de outubro em diante.

Santa Catarina, na sua parte Leste, tem influência do regime de chuva do Sudeste do Brasil no verão. Assim, à medida que se aproximar o verão e aumentar a chuva no Sudeste do país com eventos de ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul) cresce a possibilidade de a chuva aumentar no Leste Catarinense, especialmente de Florianópolis para o Norte.