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Chuva de verão ontem em Caxias do Sul | DENIS GOERL

A chuva vai seguir bastante irregular no Rio Grande do Sul neste fim de semana e nos dias seguintes com pancadas localizadas que atingem poucas cidades e ocorrem mais da tarde para a noite como consequência do aquecimento diurno.

Como se observa, os volumes de chuva na maior parte do Rio Grande do Sul tendem a ser baixos até o final da próxima semana e em alguns pontos, especialmente mais a Oeste, é até possível que sequer chova.

É importante destacar que os modelos não conseguem prever volumes altos de chuva bastante isolados associados a temporais de verão estimulados pelo forte calor, assim que é certo que haverá setores bastante localizados, às vezes na escala de bairros de uma cidade, que podem ter chuva volumosa durante temporais isolados passageiros de verão.

Conforme os dados analisados pela MetSul Meteorologia, estas pancadas isoladas de chuva que são passageiras devem se concentrar na Metade Norte gaúcha, como já vem ocorrendo, até o dia 15 deste mês.

No começo da segunda quinzena de janeiro, a tendência é que a chuva comece a atingir de forma irregular com pancadas localizadas um maior número de cidades do Rio Grande do Sul, inclusive áreas mais ao Sul gaúcho.

METSUL

O mapa acima mostra a projeção de chuva para sete dias do modelo meteorológico Icon, do Deutscher Wetterdienst, o serviço meteorológico da Alemanha, e que pode ser consultado pelo nosso assinante na seção de mapas (assine aqui).

Como a atmosfera estará mais aquecida na semana que vem, cresce o risco de formação de nuvens muito carregadas que podem provocar chuva isolada de muito forte intensidade, capazes de gerar alagamentos.

Campo precisa de chuva e já há perdas

O campo gaúcho está em necessidade de chuva. De acordo com o último boletim da Emater-RS, a ausência de chuvas já paralisa atividades dos produtores rurais na Fronteira Oeste, no Noroeste e no Norte do Rio Grande do Sul.

“A redução da umidade já causa estresse hídrico em parte significativa das áreas no estado, reduzindo o potencial produtivo da cultura”, afirmou o órgão de assistência técnica do governo do Rio Grande do Sul sobre a soja.

A preocupação é maior com as áreas em floração e enchimento de grãos, que respondem por 20% e 3% dos cultivos semeados no estado, respectivamente. A Emater afirmou que “a escassez de chuvas na Fronteira Oeste está causando perdas significativas e impedindo a conclusão do plantio das lavouras mais tardias”, afirmou o relatório.

“Muitas áreas semeadas em dezembro apresentam problemas devido tanto a falhas na germinação, provocadas pela falta de umidade, quanto ao tombamento após a emergência, causado pelas altas temperaturas”.

Risco de temporais isolados

As pancadas de chuva na semana que vem, em especial, devem ser acompanhadas por temporais isolados no Rio Grande do Sul, uma vez que se espera forte a intenso calor com aumento da umidade presente na atmosfera.

Em se tratando de episódios isolados associados ao calor e à umidade, não há como se indicar onde ocorrerão, o que só é possível em curto prazo (nowcasting). Estas formações de instabilidade são tão isoladas que, em regra, chegam a afetar um punhado de bairros de uma cidade.

No geral, na esmagadora maioria das cidades do Rio Grande do Sul e em muitos pontos de Santa Catarina e do Paraná, o tempo deve seguir firme e com calor, especialmente mais a Oeste da Região Sul.

A combinação de umidade mais elevada com temperatura alta proporciona que as condições se tornem propícias para a ocorrência de temporais isolados de chuva torrencial com elevados volumes em curto intervalo, vento forte e granizo nesta época do ano.

Estes temporais se dão principalmente da tarde para a noite, quando se formam nuvens de grande desenvolvimento vertical pelo aquecimento diurno que gera movimentos convectivos (ar ascendente) na atmosfera. A convecção forma nuvens do tipo Torre Cumulus (TCu) e Cumulonimbus (Cb) que causam os temporais localizados e não raro muitíssimo isolados.

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