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Ano após ano, com a chegada do mês de agosto e o crescimento do número de focos de queimadas no Centro-Oeste e o Norte do Brasil, corredores de fumaça se formaram sobre a América do Sul e se estenderam até o Rio Grande do Sul. Não foi o que se viu, contudo, neste ano.

Imagem de satélite mostra corredor de fumaça na América do Sul em agosto de 2023 | NOAA/ARQUIVO METSUL

A explicação é simples. O número de focos de queimadas despencou neste ano. Será o agosto com menor número de queimadas no Brasil desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a monitorar os focos de queimadas por satélites no final da década de 90.

O número de queimadas no Brasil neste mês até 30 de agosto foi de 17.943. Para se ter ideias, os agostos com menos queimadas na série histórica iniciada em 1998 foram os de 2000 (22.204), 2009 (21.782), 2011 (23.881) e 2018 (22.774). O recorde ocorreu em 2007 com 91.085 focos de calor em agosto.

A diferença é notável para os últimos anos. O Inpe observou em agosto 50.694 focos de calor em 2020, 51.711 em 2021, 47.507 em 2022, 28.054 em 2023 e 68.835 em 2024. A média histórica mensal 1998-2024 é de 47.348 no Brasil.

Dois biomas costumam contribuir para a formação dos corredores de queimadas pelo interior da América do Sul nesta época do ano: Amazônia e Pantanal. Neste ano, porém, os focos de agosto despencaram nos dois biomas brasileiros.

Na Amazônia, o número de focos de calor em agosto agora até o dia 30 foi de 5.843. É o menor número de agosto da série histórica iniciada em 1998. O recorde mínimo anterior era de 9.444 em 2013. A média histórica em agosto de focos de calor 1998-2024 para a Amazônia é de 26.664, ou seja, este mês termina com cinco vezes menos fogo que a média no bioma amazônico.

No Pantanal, conforme o Inpe, até 30 de agosto, foram apenas 42 focos de calor, valor muito abaixo da média mensal histórica de 1.587. O agosto anterior com menos fogo tinha sido o 2022 com somente 96 focos. No ano passado, em comparação, agosto terminou com 4.411 focos.

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