A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos, a NOAA, divulgou vídeo com momentos dramáticos a bordo de um dos seus aviões caça-furacões em uma das últimas missões de reconhecimento dentro do furacão Melissa antes de a tempestade tocar terra na Jamaica na terça.

NOAA
O furacão Melissa será lembrado como um dos ciclones mais intensos já registrados, com números históricos tanto na velocidade dos ventos quanto na pressão central ao tocar terra. O sistema, que chegou à categoria 5, já é responsável por dezenas de mortes no Caribe.
Melissa tocou terra na terça-feira na Jamaica, castigando o país com rajadas extremas de vento e chuva torrencial. Foi o furacão mais poderoso a atingir o território jamaicano desde o início dos registros e o primeiro de categoria 5 a alcançar o Atlântico desde Dorian, nas Bahamas, em 2019. A pressão mínima de apenas 892 milibares igualou a do furacão do Dia do Trabalho de 1935, sendo superada apenas por Wilma (882 mb, em 2005) e Gilbert (888 mb, em 1988).
Antes e enquanto o furacão devastava a ilha, equipes da NOAA e da reserva da Força Aérea realizaram voos de reconhecimento diretamente no olho do ciclone. As aeronaves atravessaram o paredão de nuvens — conhecido como parede do olho —, e dentro do olho registraram formações verticais criam a impressão de estar no centro de um estádio, o chamado efeito estádio.
Imagens divulgadas pela NOAA mostram os “caçadores de furacões” enfrentando forte turbulência, com ventos medindo até 298 km/h em superfície. Segundo a agência, as missões já somavam quase 80 horas de voo, com o lançamento de mais de 200 dropsondes — sondas que medem temperatura, pressão, umidade e vento à medida que caem até a superfície — e o uso de 12 sistemas aéreos não tripulados.
“Este é um vídeo do nosso voo, há alguns dias, quando atravessamos a parede do olho do furacão Melissa até chegar ao olho. Ele dá uma ideia do nível de turbulência e mostra o quanto os pilotos e a tripulação são incríveis ao manter o avião estável. Também quero agradecer à equipe de manutenção por manter o avião em ótimo estado durante toda a sequência — não tivemos um único voo cancelado ao longo de quase uma semana de missões”, escreveu o meteorologista Andy Hazelton.
Heading straight into the eye of Hurricane #Melissa 🌪️ aboard NOAA’s WP-3D Orion #NOAA42 “Kermit.”
The crew is braving extreme turbulence to gather crucial data that improves forecasts and saves lives.
Unreal footage from inside the cockpit— respect to the incredible NOAA & AF… pic.twitter.com/2Hnou343nW
— Turbine Traveller (@Turbinetraveler) October 30, 2025
As medições feitas no interior do furacão são cruciais para aprimorar previsões de trajetória e intensidade de furacões, podendo aumentar a precisão dos modelos meteorológicos em até 20%.
Durante um dos voos, no momento em que Melissa tocava terra, a tripulação enfrentou turbulência severa e precisou abandonar a missão antes do previsto. “A aeronave experimentou forças acima do normal devido à turbulência”, informou a NOAA em comunicado. “Embora isso não indique automaticamente danos, os protocolos de segurança exigem inspeção antes do retorno às operações.”
A passagem de Melissa pela Jamaica deixou um cenário de destruição sem precedentes, reforçando a importância das missões de monitoramento aéreo para compreender e prever a força dos furacões que ameaçam o Caribe e o Atlântico.
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