O nível do Guaíba caiu abaixo da cota de 4 metros. Ás 23h30 da terça-feira, de acordo com a régua de medição do Cais Mauá, junto ao Centro, o nível baixou a 3,99 metros. Às 5h da manhã desta quarta, a cota era de 3,93 metros. É a primeira vez desde o dia 3 de maio que o nível cai abaixo da cota, ou seja, o Guaíba permaneceu 18 dias consecutivos acima dos 4,00 metros.
O valor máximo da cheia ocorreu no dia 5 de maio, quando a régua marcou 5,35 metros. O Guaíba, então, começou a baixar e desceu quase um metro, mas houve um repique por um evento de chuva excessiva que devolveu o nível a 5,25 metros no dia 14. A partir daí o Guaíba começou a baixar.
Com vento Norte que favorece o escoamento para a Lagoa dos Patos, a tendência é que o Guaíba siga baixando de forma sustentada nesta quarta-feira, podendo atingir marcas ao redor de 3,70 metros no final do dia, mas a trajetória de descida deve ter uma interrupção na sequência.
O problema maior está no final da semana e a causa será chuva e vento, o que vai levar a um segundo repique desta enchente. No caso, vento Sul terá muito maior impacto do que vazão por chuva ao final desta semana.
O que vai ocorrer? No final da quinta, na sexta e no próximo fim de semana o ingresso da massa de ar polar vai gerar vento Sul forte a intenso no Norte da Lagoa dos Patos, o que gerará represamento do Guaíba. As rajadas no Norte da lagoa podem ficar entre 70 km/h e 90 km/h.
Neste tipo de situação, no passado, com vento com a intensidade que se prevê, o Guaíba chegou a subir muito, até meio metro em episódios de ciclones. Assim, alertamos para o risco de forte subida do Guaíba na sexta e no começo do fim de semana.
Como o nível estará caindo até quinta, o segundo repique vai se iniciar com nível quase um metro abaixo do que no último, com cotas bem inferiores àquelas observadas imediatamente antes do primeiro repique, de 4,55 metros no dia 12.
O vento Sul ainda vai deixar as águas revoltas na Lagoa dos Patos e no Guaíba. Isso fará com que as condições na sexta e em parte do sábado em vários pontos da orla da lagoa mais se assemelhem a de uma maré de tempestade no mar com inundações costeiras e ondas altas acompanhando o vento forte, o que trará inundações.
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