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No final da tarde deste domingo, o Parque Marinha do Brasil, em Porto Alegre, foi tomado por um espetáculo natural discreto, mas bonito: a formação de um nevoeiro raso em meio às arvores da vegetação do parque às margens do Guaíba.

FERNANDO OLIVEIRA

O fenômeno chamou a atenção de quem caminhava pelo parque, que pôde observar uma fina e contínua camada de névoa esbranquiçada pairando sobre a grama e os espelhos d’água, como se uma nuvem tivesse descido para descansar sobre o solo.

Apesar de parecer comum, o nevoeiro raso é um tipo específico de nevoeiro que tem características próprias e um processo de formação bastante particular. Costuma ser visto cedo da manhã em Porto Alegre, mas não no fim da tarde como hoje.

Chamado em inglês de shallow fog, o nevoeiro raso é uma forma de condensação próxima à superfície, que reduz a visibilidade horizontal, mas permanece confinado a uma camada muito fina, geralmente com menos de dois metros de espessura.

Ele é diferente do nevoeiro comum, que costuma se estender por dezenas ou até centenas de metros em altura, o tipo de nevoeiro que estamos acostumados a ver cobrindo a cidade e que se formou no começo deste domingo em Porto Alegre com visibilidade mínima de 200 metros no Aeroporto Salgado Filho.

No caso observado na tarde deste domingo, o fenômeno manteve-se rente ao chão, sem encobrir a copa das árvores ou as estruturas mais elevadas do parque, criando um efeito visual marcante.

A formação desse tipo de nevoeiro depende de uma combinação específica de condições meteorológicas. Em primeiro lugar, é necessário um resfriamento rápido da superfície, o que geralmente ocorre nas últimas horas da tarde ou à noite, especialmente em dias com céu limpo e vento calmo.

Com a perda de calor por radiação, o ar próximo ao solo esfria rapidamente. Se houver umidade suficiente, como em áreas com vegetação irrigada ou presença de água, o ar pode atingir seu ponto de orvalho, e a umidade se condensa em microgotículas em suspensão, formando o nevoeiro.

Outro fator essencial é a ausência de vento. Em situações de estabilidade atmosférica, como a que predominava na tarde deste domingo em Porto Alegre, o ar frio e úmido permanece estagnado junto ao chão, sem ser misturado ou dissipado por correntes de ar.

O resultado é uma camada densa, porém baixa, de nevoeiro, que pode durar pouco tempo, mas transforma a paisagem de forma expressiva. No Parque Marinha, o contraste entre o nevoeiro raso e o céu ainda claro do entardecer reforçou o aspecto visual do fenômeno, que chamou a atenção dos frequentadores do parque e da orla do Guaíba.

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