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RICCARDO MILANI/HANS LUCAS/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Um Natal branco pode se tornar cada vez mais uma memória nostálgica, à medida que o Hemisfério Norte registra cada vez menos dias de inverno com neve devido às mudanças climáticas, com a Europa aquecendo mais rapidamente, alertou um relatório de pesquisadores.

Impulsionado principalmente pela queima massiva de combustíveis fósseis pela humanidade, esse declínio nos dias abaixo de zero ameaça o turismo, a economia e culturas, segundo o Climate Central.

O relatório, de instituto de pesquisa baseado nos Estados Unidos, argumenta que as mudanças climáticas causadas pelo homem levaram mais de um terço dos 123 países e quase metade das 901 cidades estudadas a perderem o equivalente a pelo menos uma semana de dias abaixo de zero em uma década.

A análise do relatório baseia-se em temperaturas mínimas diárias durante os meses de dezembro a fevereiro — aproximadamente o período do inverno no Hemisfério Norte — de 2014 a 2023.

Essas temperaturas mínimas foram então comparadas a uma simulação de um clima sem os efeitos de aquecimento causados pelo uso generalizado de carvão, petróleo e gás pela humanidade.

O estudo constatou que as mudanças climáticas aumentaram particularmente o número de dias de inverno acima de zero na Europa, o continente que aquece mais rápido no mundo. Dinamarca e os Estados Bálticos foram os países mais afetados.

“A neve, o gelo e as temperaturas baixas que costumavam ser marcas registradas da temporada de inverno estão desaparecendo rapidamente em muitos lugares, ameaçando ecossistemas, economias e tradições culturais”, disse Kristina Dahl, vice-presidente de ciência do Climate Central.

“Os dias de inverno abaixo de zero são cruciais para manter a neve e o gelo para recreação e esportes de inverno, reabastecer a camada de neve que fornece fontes de água doce e sustentar os ciclos de vida de plantas, animais e insetos”, acrescentou Dahl.

O clima frio ajuda a controlar populações de insetos transmissores de doenças, como mosquitos e carrapatos, enquanto invernos mais curtos incentivam a propagação de pólen — e, consequentemente, alergias.

O estudo também alertou que invernos mais quentes podem afetar a agricultura, particularmente o cultivo de frutas que exigem períodos prolongados de frio, como maçãs e pêssegos.

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