A MetSul Meteorologia alerta que as enchentes devem se agravar no Rio Grande do Sul nesta segunda metade da semana e em alguns locais ainda durante o fim de semana à medida que a vazão avança por rios de longa extensão como o Jacuí, no Centro gaúcho, e o Uruguai, na Fronteira Oeste.

Lajeado amanheceu hoje com enchente com o parque Theobaldo Dick tomado pelas águas da cheia do Rio Taquari | AGEU KEHRWALD
Conforme a análise da MetSul das enchentes, entre os principais rios do estado, o que deve ter cheia de maior proporção é o Jacuí com inundações significativas em diferentes pontos ao longo da bacia, especialmente na área entre Cachoeira do Sul, Vale do Rio Pardo, Região Carbonífera e o delta em Eldorado do Sul, onde desemboca no Guaíba em Porto Alegre. A tendência é o Jacuí se elevar muito ainda no Centro do estado e o pico de vazão vai avançar em direção a Eldorado do Sul nos próximos três a quatro dias.
O Rio Uruguai, na Fronteira Oeste, também deve cheia com enchentes em áreas ao Sul de São Borja, mas especialmente ao Sul do ponto em que desemboca o Ibicuí, que passa por cheia e recebe os grandes volumes de água caídos no Centro do estado, onde a chuva está entre 400 mm e 500 mm em alguns pontos.
O Rio Caí estava em 12,7 metros no amanhecer de hoje em São Sebastião do Caí, acima da cota de inundação de 10 metros, e seguia subindo. A tendência é subir ainda durante as próximas horas com a chuva que persiste na Metade Norte gaúcha com pico de cheia entre 13 e 14 metros, o que é uma cheia de média a grande porte. Na sequência, outras cidades da bacia, como Montenegro, devem sofrer com a enchente.
Já o Rio Taquari estava em 22,7 metros no começo da manhã desta quinta em Lajeado, acima da cota de inundação de 19 metros, e continuava a subir com enchentes no vale. Na parte alta do Taquari o rio já começou a estabilizar e baixar, assim a tendência é um pico de curto prazo perto ou ao redor de 24 metros, mas se alerta para o risco de um repique por chuva entre hoje e amanhã com volumes altos entre o Planalto Médio e os Campos de Cima da Serra.
O Rio dos Sinos também passa por cheia, considerando os volumes de chuva ocorridos nas nascentes e a vazão que recebeu do Paranhana, onde ontem foi atingida a cota de alerta em Três Coroas e Igrejinha. O Paranhana ainda sobe em Taquara, portanto se espera que haja um agravamento da cheia no Sinos com alagamentos e enchentes em pontos do vale na segunda metade desta semana e mais tarde, no começo da semana que vem, em Sapucaia do Sul, Esteio e Canoas.
Os volumes de chuva não foram extremos no Litoral Norte, mas o Rio Gravataí sobe e pode atingir a cota de inundação entre Gravataí e Cachoeirinha de hoje para amanhã. Como o Guaíba deve subir muito com cheia (clique aqui para acessar o níve do Guaíba) e alagamentos nas ilhas, o Gravataí deve ser represado e por efeito secundário o Arroio Feijó será representado entre o Norte de Porto Alegre (Sarandi) e Alvorada.
Rios do Centro do estado são os mais críticos
Os mapas abaixo do modelo hidrológico alimentado com dados do modelo de previsão do tempo europeu mostram que a situação hidrológica mais grave é para rios que cortam a faixa central do Rio Grande do Sul, de Oeste para Leste.

ECMWF

ECMWF

ECMWF
Os mapas, que consideram os períodos de recorrência, indicam que as cheias deverão ser significativas em vários pontos da Depressão Central do Rio Grande do Sul em bacias como do Rio Jacuí, Rio Ibicuí, Rio Vacacaí Mirim e Jaguari. O Ibirapuitã também enfrenta cheia e o Rio Santa Maria deve subir. Os mapas mostram ainda um quadro de risco para a bacia do Rio Camaquã, a Oeste da Lagoa dos Patos, especialmente considerando que pode chover muito forte em alguns pontos da região nesta sexta.
Vem mais chuva nas bacias de rios sob enchentes
Onde mais chove nesta quinta no Rio Grande do Sul é mais ao Norte do estado, em cidades do Noroeste, Médio e Alto Uruguai, Planalto Médio, Serra e Campos de Cima da Serras. Nestas regiões, especialmente mais ao Norte gaúcho, a chuva localmente por vezes será moderada a forte.
É uma má notícia, uma vez que entre o Planalto Médio e a Serra estão as nascentes de vários rios que neste momento passam por cheia e seguem subindo, como os rios Caí, Taquari, Sinos e Jacuí.
Na Metade Sul, por sua vez, não choveria na maioria das cidades na maior parte do dia, embora o tempo siga com muitas nuvens. Em alguns pontos, como no extremo Sul, podem ocorrer aberturas de sol com nuvens em diferentes cidades. No final do dia, a atmosfera volta a se instabilizar no Oeste com chuva.
Amanhã, uma área de baixa pressão avança do estado de Oeste para Leste e traz um dia de abundante nebulosidade e chuva na maioria das regiões. Isoladamente, pode chover moderado a forte no decorrer do dia com possibilidade de altos volumes localizados, em especial na área da Lagoa dos Patos e seu entorno, no Sul e no Leste gaúcho. Na segunda metade da sexta, a chuva deve atuar mais nas Metades Sul e Leste do estado com ar mais seco e frio começando a ingressar pelo Noroeste.
No sábado, finalmente, um dia com predomínio do tempo firme e o sol no Rio Grande do Sul. A baixa pressão responsável pela chuva da sexta vai estar sobre o Atlântico e a Oeste do sistema ar mais seco e frio é impulsionado para o estado, proporcionando a melhora do tempo. No domingo, sob ar mais seco e de alta pressão, o tempo firme ainda predomina no estado com a presença do sol.
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