A tempestade tropical Melissa continua desorganizada no centro do Caribe e, apesar de não ter se fortalecido nos primeiros dias de vida, segue cercada de grande incerteza sobre seu futuro com uma trajetória extremamente difícil de prever com múltiplos cenários possíveis.

TROPICAL TIBIDTS
Meteorologistas preveem que o sistema pode evoluir para um furacão de grande intensidade no início da próxima semana, mas o caminho que seguirá ainda é motivo de ampla divergência entre os principais modelos numéricos de previsão.
Em um publicação nas redes sociais, o meteorologista Jeff Berardelli de uma emissora de televisão da Flórida chegou a usar a palavra “impossível” para descrever a previsão para a trajetória de Melissa, tal a discrepância enorme das projeções dos modelos sobre para onde vai o furacão.
Com ventos sustentados de 75 km/h e deslocamento muito lento de apenas 4 km/h, Melissa está posicionada cerca de 325 quilômetros a Sudeste de Kingston, na Jamaica. O sistema tem uma circulação assimétrica, com o centro de baixos níveis separado da rotação em altitude por forte cisalhamento de vento de 20 a 25 nós, o que impede sua organização.
Por enquanto, as chuvas mais intensas permanecem sobre o mar, embora já tenham sido registradas precipitações de até 45 mm em pontos de Jamaica e Haiti.
O grande desafio para os meteorologistas está na trajetória de Melissa. O modelo norte-americano GFS, em regra eficiente em previsões de longo prazo, tem apresentado uma das maiores falhas recentes: há dias prevê uma curva acentuada para Nordeste que nunca se concretizou.
Em contraste, o modelo europeu (ECMWF), que costuma ser mais preciso que o norte-americano, tem sido mais consistente ao projetar uma tempestade fraca e errática, movendo-se lentamente para Oeste no centro do Caribe e apenas curvando-se ao Norte no início da próxima semana.
Esse cenário também tem ganhado apoio em previsões mais recentes, inclusive em membros de conjunto do próprio GFS e do modelo de inteligência artificial da Google DeepMind.
Talk about an impossible forecast! With no steering currents, #Melissa will move only a couple of hundred miles in 5 days, yet the models are spread out all over the place like a bad case of bed head!
It may seem amusing, but with some solutions showing a potential for cat 5, we… pic.twitter.com/4tpmoU4WKp— Jeff Berardelli (@WeatherProf) October 23, 2025
A possibilidade de a tempestade Melissa permanecer quase estacionária sobre águas excepcionalmente quentes ao sul de Jamaica, Haiti e Cuba aumenta a preocupação com chuvas prolongadas e risco de inundações e deslizamentos. Ainda não há consenso sobre se a tempestade tocará terra em algum desses países ou se desviará mar adentro.
O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos mantém a previsão de que Melissa atinja força de furacão até sexta-feira à noite e se torne um furacão de categoria 4 na segunda-feira.
Modelos de inteligência artificial têm sistematicamente projetado que Melissa será um furacão de muito rápida intensificação e que poderia atingir não apenas categoria 5 – o máximo da escala dos furacões – como poderia se tornar um dos maios violentos furacões já registrados nesta época do ano no Atlântico ao avançar sobre águas extremamente aquecidas no Caribe ao Sul da Jamaica e do Haiti.
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