Furacão Melissa tocou terra na Jamaica ao redor das 14h desta terça-feira, hora de Brasília, com força devastadora e como um dos piores furacões já testemunhados no Oceano Atlântico e no Hemisfério Ocidental.

NOAA
De acordo com comunicado do NHC em Miami, o catastrófico furacão Melissa tocou terra na costa Sudoeste da Jamaica, nas proximidades de New Hope, com vento sustentado de 295 km/h e pressão central de 892 milibares.
Pouco antes de tocar terra, uma missão de reconhecimento da NOAA no interior de Melissa encontrou uma pressão mínima central de 892 milibares. Furacões com pressão abaixo de 900 milibares (mb) são muito raros e apenas um punhado desceu a valores tão baixos de pressão.
O valor empata com a pressão observa no furacão da Florida Keys (1935) como a terceira menor já registrada em furacão no Atlântico. Só Wilma (2005) com 882 mb e Gilbert (1988) com 888 mb tiveram pressões menores. Quanto menor a pressão, mais intenso o furacão.
Sonda lançada de avião da NOAA momentos antes de Melissa fazer seu landfall (tocar terra) acusou vento sustentado de 298 km/h e rajada de 405 km/h logo acima da superfície. A tempestade ainda ganhava força naquele momento. Vários especialistas pontuam que o furacão testa os limites da Física de intensidade máxima possível de ser atingida no Atlântico.
A MetSul Meteorologia já destacou que a destruição será “inimaginável” nas áreas próximas e sob a parede central do olho na Jamaica. Rajadas de vento de 300 km/h a 350 km/h vão atingir uma extensa área, infligindo danos que se vê em tornados F4 e F5, mas com a diferença que danos em tornados no topo da escala se dão em um área muito pequena e localizada enquanto neste furacão ocorrerão em uma área extensa.
O nível de devastação será tamanho em parte da Jamaica que algumas localidades podem ser varridas do mapa. Se tornarão inabitáveis por anos. Não à toa o NHC, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos alertou para o risco de colapso estrutural total, ou seja, em alguns pontos tudo será destruído e nada vai sobrar em pé.
O meteorologista Matthew Cappucci, do jornal Washington Post, e que voou dentro do furacão Melissa anteontem a bordo de uma avião caça-furacões da NOAA, publicou em suas redes sociais um texto com previsão aterradora para a Jamaica:
“Hoje é um dia grave e sombrio. O sol acaba de nascer na Jamaica. Esta é a última vez que a paisagem parecerá como está agora. Cerca de 40% da ilha está prestes a perder a maior parte de sua vegetação. A cicatriz deixada na paisagem levará uma década ou mais para se curar. A parede do olho se aproxima. Ainda está repleta de relâmpagos, o que indica que a tempestade mantém sua intensidade — ou até pode estar se fortalecendo. O anel interno de ventos, como uma serra elétrica, trará condições semelhantes a tornados por até três horas. A maioria das construções bem edificadas será gravemente danificada ou destruída. Detritos lançados pelo vento se transformarão em projéteis letais. Carros compactos e SUVs menores serão erguidos do solo. Prédios altos e edifícios residenciais de vários andares perderão todas as janelas e partes de telhados e paredes; alguns poderão balançar perigosamente, talvez até o ponto de colapso total”.
Além do vento absurdamente extremo, Melissa trará quantidades de chuva imensas que vão passar de 1000 mm em alguns pontos, gerando inundações catastróficas e grandes deslizamentos que podem soterrar vilarejos e partes de pequenas cidades inteiras nas áreas de relevo. Na costa, gerará uma maré de tempestade que avançará sobre terra como se fora um tsunami com metros de altura.
O furacão cruzará a Jamaica de Sul para Norte de hoje para amanhã e depois rumará para o Leste de Cuba, onde deve chegar com menor intensidade. Na sequência, Melissa afetará Turk e Caicos e depois as Bahamas.
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