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Grande tempestade de neve fecha passagens entre Argentina e Chile com caminhões parados nos dois lados da fronteira à espera que cesse a nevasca e as estradas possam ser usadas | PASO LIBERTADORES/DIVULGAÇÃO

Mais de meio metro de neve é a previsão da Meteorologia argentina até a manhã deste domingo com uma nevasca que atinge a Cordilheira dos Andes na região do Cuyo, no Oeste da Argentina, a primeira grande tempestade de neve deste ano na região. O Serviço Meteorológico Nacional (SMN) havia advertindo ainda na sexta-feira para a ocorrência da grande nevasca nas montanhas andinas.

Ciclone extratropical atua na costa do Chile e garante aporte de umidade com rio atmosférico com umidade abundante que ao interagir com o ar mais frio provoca a grande tempestade de neve nos Andes, no Oeste argentino. O meteorologista argentino Maximiliano Viale observa que a neve vai cair com força ao Norte de Mendoza, San Juan e no lado chileno da cordilheira.

Conforme Viale, a neve em grande quantidade é muito importante pela grave seca que castiga Mendoza. Segundo ele, há dependência de três a cinco grandes eventos de neve por ano para que a situação hídrica seja satisfatória.

O pesquisador em Ciências Atmosféricas no Instituto Argentino de Nivologia, Glaciologia e Ciências Ambientais (Ianigla), do Conicet, estas grandes nevascas deixam cerca 75% de toda neve que se precipita no inverno e praticamente no ano, razão pelo qual são fundamentais para o abastecimento de água da região do Cuyo.

As nevascas atingiram durante toda a semana a chamada região da alta montanha em Mendoza e prosseguem neste fim de semana. O Ministério da Segurança recomendou aos habitantes das áreas andinas muito cuidado diante da neve acumulada, sugerindo estocar alimentos e água pelo risco de comunidades ficarem isoladas pela neve.

Em Las Cuevas, a acumulação de neve passava de meio metro neste sábado. Em decorrência das intensas nevadas, o Sistema Integrado Cristo Redentor de Chile e Argentina permaneceu fechado para todos os tipos de veículos. A passagem é usada por muitos caminhões do Brasil que transportam mercadorias pela Cordilheira dos Andes.

O ciclone na costa do Chile posiciona-se mais ao Norte que o habitual, praticamente na altura de Valparaíso e das latitudes da região metropolitana de Santiago, e proporciona bastante umidade que avança como um rio atmosférico do Pacífico para as porções centrais da Cordilheira dos Andes com muita neve na alta montanha.

Normalmente, estes profundos sistemas de baixa pressão atuam no litoral chileno mais ao Sul e depois se deslocam para Leste em direção à Patagônia argentina e, finalmente, o Oceano Atlântico, trazendo grandes nevadas na parte mais meridional do continente.

O dia começou muito gelado nas zonas mais frias da Argentina neste sábado. De acordo com dados de estações do SMN, as mínimas na Argentina no começo deste sábado foram de -10,4ºC em Maquinchao, -7,5ºC em Calafate, -7,0ºC em Esquel, -6ºC em Gobernador Gregores e -5,4ºC. A neve que atinge a Argentina não vem para o Sul do Brasil e tampouco há previsão de ingresso de ar gelado nos estados do Sul neste começo de semana.