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Um terremoto de magnitude 8,8 sacudiu o fundo do mar no Norte do Oceano Pacífico na noite desta terça-feira (29), provocando alertas de tsunami em vários países. O tremor ocorreu a cerca de 125 km a sudeste da cidade russa de Petropavlovsk-Kamchatsky, na península de Kamchatka.

Televisão do Japão alerta de tsunami | REPRODUÇÃO

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o sismo aconteceu às 20h24 (horário de Brasília) e teve profundidade intermediária perto de 20 km. Foi um dos terremotos mais potentes já registrados desde o início dos registros modernos.

O impacto foi imediato. O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico (PTWC) emitiu alertas para o Havaí, partes do Alasca, Japão e toda a Costa Oeste dos Estados Unidos. Também foram emitidos avisos para regiões costeiras do Canadá e até para o Chile.

No Havaí, o som de sirenes rompeu o silêncio em cidades como Honolulu e nas praias de Maui e da Ilha Grande. Moradores receberam mensagens urgentes nos celulares com ordens para evacuar áreas litorâneas.

“Você está em perigo. Vá para áreas elevadas agora”, dizia o alerta em diversas localidades havaianas.

Na cidade de Kailua-Kona, a movimentação foi intensa. Um navio de cruzeiro no porto soou alarme para reunir os passageiros. Sirenes de emergência ecoavam pela costa, enquanto moradores tentavam sair rapidamente das zonas mais baixas.

A Agência de Gestão de Emergências do Havaí delimitou áreas de evacuação em grande parte das zonas costeiras. O PTWC (Pacific Tsunami Warning Center previu ondas de até 3 metros (9 pés) atingindo partes do arquipélago.

No Alasca, o alerta era voltado principalmente para as ilhas Aleutas. Ondas significativas eram esperadas em Shemya e Adak, entre 16h e 18h no horário local.

A Rússia também agiu rapidamente. As autoridades emitiram alertas de tsunami para a região de Kamchatka e para as ilhas Curilas, incluindo Paramushir e Shumshu. O primeiro impacto das ondas ocorreu próximo ao meio-dia, no horário local.

Imagens divulgadas por moradores de Severo-Kurilsk mostraram o interior de uma casa sendo violentamente sacudido durante o terremoto, com gritos de pânico ao fundo.

No Japão, o governo emitiu alertas para diversas regiões do país. A emissora pública NHK alertou para ondas de até 3 metros em áreas como Hokkaido, Tohoku, Kanto, Tokai e as ilhas Ogasawara.

A cidade de Nemuro, na ponta leste de Hokkaido, já havia registrado ondas iniciais de cerca de 30 centímetros. Mas as autoridades advertiram que estas poderiam ser apenas as primeiras de uma série de ondas maiores.

O serviço de balsas entre as ilhas de Honshu e Hokkaido foi suspenso como medida preventiva. A embaixada dos EUA em Tóquio recomendou evacuação imediata para áreas elevadas.

Ao longo da Costa Oeste dos EUA, foi emitido um aviso de tsunami (Tsunami Advisory). Isso inclui estados como Califórnia, Oregon e Washington, além de partes da Colúmbia Britânica, no Canadá.

O alerta indicou que a cidade de Crescent City, no norte da Califórnia, poderia ser a mais afetada, com ondas entre 1 e 1,7 metro. Em Point San Luis, a previsão era de ondas de até 1 metro. Outras áreas, como Fort Bragg e Santa Bárbara, deveriam ver ondas menores, de cerca de 30 a 45 centímetros.

Na região de Oregon, as ondas mais altas eram esperadas em Brookings e Port Orford, com altura de até 60 centímetros. No restante da costa, os impactos seriam leves.

Apesar da distância do epicentro, a força do terremoto foi suficiente para provocar avisos em todo o anel do Pacífico. No Chile, o sistema de alerta dos Estados Unidos indicou possibilidade de ondas de até 3 metros na costa norte do país.

Especialistas alertam que mesmo ondas aparentemente pequenas podem representar perigo. Tsunamis podem vir em múltiplas ondas e a segunda ou terceira pode ser maior que a primeira.

O terremoto desta terça-feira foi o mais forte registrado no planeta desde o devastador tremor de Tohoku, no Japão, em 2011, que causou milhares de mortes e o acidente nuclear de Fukushima.

Segundo o USGS, caso a magnitude de 8,8 seja confirmada, este sismo estará empatado como o sexto mais forte já registrado na história.

As autoridades pedem que todos os moradores em áreas de risco sigam rigorosamente as instruções das agências de emergência. O risco de danos significativos é real, mesmo em áreas distantes do epicentro.

O alerta permanece ativo enquanto novas medições de ondas estão em andamento. A vigilância continuará nas próximas horas, com a possibilidade de novos avisos caso a atividade no mar persista.

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