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Tempo seco e calor intenso tem favorecido uma alta expressiva no número de focos de queimada neste mês de outubro com o fogo atingindo principalmente áreas do Cerrado, onde são numerosos os incêndios depois de meses de queimadas em número abaixo da média.

NASA

O mapa acima gerado pelo sistema de monitoramento de fogo por satélite da NASA, a agência especial dos Estados Unidos, mostra como foram bastante numerosos os focos de queimadas nas últimas horas no Brasil, especialmente entre o Cerrado e a Caatinga.

Na primeira semana de outubro, com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Cerrado registrou 4.765 focos de calor, um número alto considerando que a média histórica mensal de outubro do bioma é de 11.997.

Os dados de monitoramento por satélite mostram que o Cerrado teve 1.675 focos de calor no dia 2, 947 no dia 4, 721 no dia 5 e 651 no dia. São números muito altos para apenas um dia, apesar de esta ser uma época de fogo no Cerrado.

Minas Gerais teve 1010 focos de calor na primeira semana de outubro. O pior dia foi o segundo do mês com 389 focos. Em São Paulo, a primeira semana do mês teve 161 focos de calor, praticamente a metade da média histórica do mês.

A atmosfera seca e quente favorece as queimadas. Nesta quarta, a temperatura chegou a 38,2ºC em Minas Gerais e a 39,6ºC em Goiás, embora mais cedo neste mês o calor tenha sido mais intenso. A umidade caiu nesta quarta a 12% em pontos de Minas Gerais e do Distrito Federal.

Fogo em Minas Gerais

Pelo quarto dia seguido, bombeiros e brigadistas do Instituto Estadual de Florestas continuam combatendo um incêndio de grandes proporções na Serra de São José, em Tiradentes, na Região do Campo das Vertentes.

As equipes, com mais de 25 profissionais e apoio de voluntários, trabalham para controlar três focos ainda ativos. Duas aeronaves auxiliam no lançamento de água em áreas de difícil acesso, e o Corpo de Bombeiros espera extinguir completamente as chamas até o fim do dia. O fogo, iniciado na noite de domingo, já destruiu cerca de 20% da vegetação local, com temperaturas na região chegando a 35°C.

A Serra de São José é uma área de proteção ambiental com cerca de 5 mil hectares, situada entre o Cerrado e a Mata Atlântica. O incêndio ameaça campos rupestres, nascentes e uma fauna e flora com espécies raras e em risco de extinção.

Fogo em São Paulo

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) prorrogou até 31 de outubro a suspensão de todas as autorizações de queima controlada no estado, incluindo as que envolvem a palha da cana-de-açúcar, práticas agrícolas e fitossanitárias.

A medida, adotada por causa da estiagem e do alto risco de incêndios florestais, impede a emissão de novas autorizações e poderá ser novamente estendida caso o tempo seco persista. Segundo a Cetesb, a suspensão é essencial para conter focos de fogo e reduzir danos ambientais e à saúde pública, em um cenário de temperaturas elevadas e baixa umidade.

Antes da medida, a queima da palha da cana já estava sujeita a fortes restrições, sendo permitida apenas em dias com umidade acima de 30% e fora do período entre 6h e 20h. Agora, nem essas exceções serão aceitas. Desde 2007, o uso do fogo na colheita de cana foi reduzido em 99% no estado.

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