Um iceberg que já foi considerado o maior do mundo encolheu para apenas cerca de um quinto de sua dimensão original, segundo especialistas do British Antarctic Survey (BAS).
BAS
O bloco de gelo, conhecido como A23a, vem se desintegrando rapidamente desde maio, após se aproximar da Ilha Geórgia do Sul, localizada entre a América do Sul e a Península Antártica.
O BAS lembra que o iceberg se desprendeu da plataforma de gelo da Antártida em 1986, mas permaneceu preso no Mar de Weddell por décadas antes de iniciar, em 2020, uma lenta deriva em direção à ilha. Atualmente, imagens captadas pelo satélite GOES-East, da NOAA, mostram o gigante sendo arrastado pela poderosa Corrente Circumpolar Antártica.
Na fase em que era considerado o maior iceberg do planeta, o A23a tinha dimensões próximas às do estado norte-americano de Rhode Island. Hoje, estimativas indicam pouco mais de 1.500 km² de área, equivalente ao tamanho da cidade de Londres.
No início do ano, havia preocupação de que o iceberg colidisse com a Ilha Geórgia do Sul, o que poderia comprometer o frágil ecossistema da região. A ilha abriga importantes populações de pinguins, focas e aves marinhas, e já enfrentou no passado impactos ambientais causados por encontros com icebergs de grande porte.
Segundo cientistas, a redução do A23a segue um padrão observado em outros gigantes de gelo transportados pela corrente antártica. O título de maior iceberg do mundo agora pertence ao D15a, localizado no Mar de Amery, no setor oriental da Antártida.
Embora o desmembramento desses blocos faça parte do ciclo natural das camadas de gelo, especialistas alertam para o papel do aquecimento dos oceanos, que tem aumentado a frequência de eventos de desprendimento e o surgimento de megaicebergs.
O monitoramento é feito de forma conjunta pelo Centro Nacional de Gelo dos Estados Unidos (USNIC) e pelo BAS, devido ao risco que grandes blocos de gelo representam para rotas de navegação próximas à Antártida.
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