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DENIS GOERL/ARQUIVO

Imagine um jogo de futebol. Com dois tempos. O Rio Grande do Sul ingressa hoje em período de intensa instabilidade, o que será rotineiro nos próximos meses sob El Niño, que trará chuva volumosa e temporais.

Este período se dará em dois tempos. O primeiro, entre hoje e amanhã. O segundo, semana que vem. Ambos trarão chuva forte e volumosa, mas o segundo é de maior risco porque terá vários fenômenos que geram tempo severo.

Neste primeiro, frente fria avança e área de baixa pressão passa a atuar no Rio Grande do Sul. A baixa pressão dará origem a ciclone, mais longe da costa e menos intenso que o de junho, amanhã.

Como resultado, chove em todas as regiões. O tempo estará mais ventoso neste sábado, mas sem previsão de ventania intensa e persistente por muitas horas, como ocorrem em ciclones mais fortes.

O maior risco é chuva. Em parte do estado, sobretudo do Centro para o Leste e o Nordeste gaúcho, pode chover de 100 mm a 150 mm em alguns pontos. Alerto que o período mais crítico pela instabilidade mais intensa será entre hoje à noite e a manhã do sábado, quando pode chover muito em Porto Alegre, área metropolitana e nos vales.

Projeção de chuva do modelo WRF até 21h de sábado | METSUL

O segundo tempo se dará entre segunda e quinta da próxima semana. Primeiro, frente quente chega do Norte na segunda. Após, a frente passa a ser fria e avança sobre ar quente na quarta antes do ingresso de uma forte massa de ar polar que trará marcas gélidas na segunda metade da semana que vem.

As duas frentes, primeiro a quente e depois a fria, trarão chuva intensa com volumes maiores que os previstos para hoje e amanhã. O risco, ademais, será maior para temporais com raios, vento e granizo.

Modelo europeu projeta intenso ciclone entre os dias 12 e 13 | METSUL

Não bastasse, há a ameaça de um segundo ciclone e muito mais intenso que o de amanhã, de acordo com projeções dos modelos numéricos mais recentes, mas que precisam ser monitoradas atentamente nos próximos dias para o caso de haver mudanças de cenário.

A soma da chuva dos dois eventos, o de agora e o da próxima semana, será excessiva com volumes em sete dias a partir de hoje de até 200 mm a 300 mm em várias cidades e com risco até de mais de 300 mm em alguns locais, especialmente localizados na Metade Norte que é cortada por muitos rios, o que por, por óbvio, pode acabar em cheias e enchentes.