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Muitas nuvens altas podem ser vistas neste começo de semana sobre o Rio Grande do Sul e outras áreas do Sul, o que se explica pela presença de uma forte corrente de jato em altitude, o jato subtropical, sobre o Sul do país.

Corrente de jato atua sobre o Sul do Brasil | CLIMATE REANALIZER

As correntes de jato são ventos muito fortes que circulam na alta atmosfera, entre 9 e 12 quilômetros de altitude. Elas se formam devido ao contraste de temperatura entre grandes massas de ar, especialmente nas regiões de encontro do ar polar com o ar tropical.

Essas correntes funcionam como verdadeiros “rios de vento” que percorrem o globo de Oeste para Leste. Vento muito intenso em altitude que é usada pelos pilotos de aviões para encurtar tempo de viagem, mas que não se sente na superfície.

Sondagem da base aérea de Santa Maria com balão meteorológico feita no domingo à noite indicou vento muito forte em altitude de até 140 km/h a 12 mil metros, por conta da atuação da corrente de jato.

A velocidade dentro de uma corrente de jato mais intensa pode ultrapassar 200 km/h, tornando-a uma das circulações mais rápidas da atmosfera. Por estarem localizadas na alta troposfera, essas correntes têm papel fundamental na organização do clima e na condução de sistemas meteorológicos ao redor do planeta.

Um dos efeitos mais marcantes das correntes de jato é o transporte de umidade e de nuvens em grandes distâncias. Quando há presença de vapor d’água suficiente nas camadas altas, a intensa velocidade do vento alonga e espalha esse conteúdo, originando formações de nuvens finas e fibrosas, como se vê neste começo de semana no Rio Grande do Sul em particular.

Satélite mostra muitas nuvens altas no Rio Grande do Sul | METSUL

Essas nuvens são conhecidas como Cirrus. Diferentes das nuvens mais baixas, que costumam ser espessas e carregadas de água líquida, os Cirrus são compostos quase totalmente por cristais de gelo.

Isso acontece porque, em altitudes acima de 8 km, as temperaturas são extremamente baixas, frequentemente abaixo de -40°C.

As correntes de jato funcionam como “pincéis” na atmosfera, moldando os Cirrus em longas faixas que acompanham a direção do vento.

Muitas vezes, essas nuvens aparecem como riscos brancos no céu, lembrando plumas ou fios de cabelo.

A associação entre jatos e Cirrus é tão forte que meteorologistas utilizam a observação dessas nuvens como indício da posição da corrente de jato. Em imagens de satélite, as bandas de Cirrus marcam claramente o trajeto desses ventos velozes.

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