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O Rio Grande do Sul anotou hoje o 24º dia de 2016 com temperatura negativa, logo quase um mês ou um quarto dos dias do outono registrou marcas negativas. Fosse no inverno e já seria um dado significativo. No outono, então, impressiona. Destes 24 dias, 3 foram em abril, 6 em maio e 15 em junho. O número é tão alto que, do ponto de vista puramente estatístico, é improvável o Rio Grande do Sul registre 24 dias com mínimas abaixo de zero no inverno astronômico iniciado agora às 19h34m e que vai até o dia 22 de setembro. Antecipamos um inverno com muitos dias frios, mas os últimos 55 dias do outono foram tão fora da curva que se torna difícil crer na repetição da marca mesmo na estação mais fria do ano.

Qual o normal no Rio Grande do Sul? Ingressa uma massa de ar polar, temos sequência de dias frios, gradualmente aquece, são registrados alguns dias amenos e até quentes, chega uma nova frente fria com chuva e entra uma nova massa de ar polar que recomeça o ciclo. Fato é que nas últimas semanas isso não tem ocorrido e, quando se deu, foi muito brevemente. O nosso entendimento na MetSul é que a partir de agora devemos entrar no ritmo climático mais próximo do normal em que há ainda predomínio de dias gelados ou frios na estação inverno, mas com maior variabilidade (a marca do nosso clima) em que se alternam dias e períodos amenos, alguns até quentes.



Julho tem um histórico com alguns dias amenos ou quentes, mas estes se tornam muito mais freqüentes em agosto e setembro. Mesmo os meses de agosto e setembro mais gelados acabam tendo algumas jornadas de temperatura elevada. Agosto de 2013, o mais frio desde 1984 e que teve a grande nevada na Serra, teve sete dias com mais de 25ºC na estação do Jardim Botânico (Inmet) em Porto Alegre e dois deles com mais de 30ºC (gráfico acima). Imediatamente após a nevada, três dias depois da neve na Serra, a Capital anotou 28ºC na estação do Instituto Nacional de Meteorologia. Logo, para quem não agüenta mais tanto frio, a má notícia é que há muitos dias frios ainda pela frente e a boa é que haverá tréguas curtas ou longas entre eles, o que não tem ocorrido.    

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