Uma intensa corrente de jato em baixos níveis da atmosfera (JBN) atua no Rio Grande do Sul nesta terça-feira, trazendo ar quente que reforça a instabilidade com chuva forte e temporais, favorecendo ainda fortes rajadas de vento.

METSUL
A imagem acima com a projeção do modelo de previsão do tempo GFS da NOAA (Estados Unidos) mostra o corredor de vento intenso em baixos níveis da atmosfera que se estende da Bolívia até o Rio Grande do Sul que caracteriza a corrente de jato.
Como consequência desta corrente de jato, a MetSul adverte para o alto risco de vento Norte seco e quente com rajadas fortes e isoladamente intensas durante esta terça-feira. O risco é maior de vento Norte na região de Santa Maria, na Metade Norte gaúcha e no Oeste catarinense e paranaense.
Na madrugada desta terça, a corrente de jato já trouxe vento Norte forte para a Metade Norte gaúcha. Dados de estações do Instituto Nacional de Meteorologia apontaram rajadas nas primeiras horas de hoje de 78 km/h em Rio Pardo, 73 km/h em Soledade e 72 km/h em São José dos Ausentes.
De acordo com a previsão da MetSul, a atuação da corrente de jato deve provocar vento nas rajadas em média de 60 km/h a 80 km/h, mas em pontos isolados o vento deverá ser superior. O risco é maior nos vales e em áreas de maior altitude pela influência do relevo que potencializa o vento nestas condições.
Em termos leigos, a corrente de jato em baixos níveis é uma corrente de ar estreita encontrada na baixa atmosfera, normalmente em torno do nível de pressão de 850 hPa (ou cerca de 1500 metros de altitude), atuando entre um e dois quilômetros de altura. Ou seja, é um corredor de vento nas camadas baixas da atmosfera.
A corrente de jato, além de favorecer vento Norte, à medida que traz ar quente, garante energia para a formação de células isoladas de tempestades capazes de provocar muitos raios, chuva forte a intensa e queda de granizo com vento.
Mesmo fenômenos severos isolados de vento como microexplosões ou tornados não podem ser descartados sob a influência do jato, uma vez que a maioria dos eventos desta natureza no estado se dão sob a influência de jatos de baixos níveis com ar quente e maior divergência (cisalhamento) de vento que favorece supercélulas de tempestades.
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