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Imagens de satélite mostram que a principal cheia de rio neste momento no Rio Grande do Sul é a do Jacuí, que se encontra com o nível muito alto numa grande extensão entre o Centro do estado e o delta nas área de Eldorado do Sul e Porto Alegre.

NASA

Com a abertura do tempo e o céu claro da manhã desta terça-feira foi possível observar a extensão da cheia a partir da imagem do sensor MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) a bordo do satélite Terra da NASA.

O Jacuí encontra-se ainda muito alto e fora do leito em vários pontos do Centro gaúcho até desaguar no Guaíba em Porto Alegre, causando inundações, embora tenha baixado em relação aos picos da sexta e do sábado no Centro do estado.

Na manhã de hoje, o nível do Rio Jacuí em Cachoeira do Sul estava em 24,70 metros, acima ainda da cota de inundação de 18 metros. No final da semana passada, o nível em Cachoeira chegou a 26,5 metros, mesmo patamar da enchente de 1941, e somente sendo superado pelos mais de 29 metros da cheia de maio de 2024.

Em São Jerônimo, na Região Carbonífera, o Rio Jacuí ainda subia e no começo da tarde desta terça-feira. A medição indicava 6,84 metros enquanto a leitura do começo da manhã apontou 6,78 metros. A cota de inundação é de 6,64 metros.

Uma vez que o Jacuí ainda sobe na parte final da bacia e com muito vento no delta, o quadro segue se agravando no município de Eldorado do Sul, o último a ser cortado pelo rio antes de desaguar no Guaíba.

A prefeitura de Eldorado do Sul decretou situação de emergência e estado de calamidade púbica devido à cheia do rio Jacuí e aos alagamentos provocados pelas fortes chuvas dos últimos dias. O decreto, publicado na sexta-feira (20), autoriza ações de resposta ao desastre e de recuperação.

Segundo a Defesa Civil municipal, são 290 desabrigados, acolhidos no abrigo Eliseu Quinhones, e 902 desalojados que buscaram abrigo em casas de amigos ou familiares. Mais de 200 animais domésticos também estão abrigados em locais provisórios.

Os bairros mais afetados são Cidade Verde, Chácara, Vila da Paz e Picada. Na rua do Retorno, bairro Picada, moradores relatam que a água invadiu as casas durante a madrugada. Muitas famílias resistem em sair por medo de saques.

No bairro Chácara, moradores também enfrentam a subida da água e relatam preocupação com a segurança dos bens. Parte das famílias já abandonou suas casas, enquanto outras seguem monitorando o nível da água.

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