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Quando Ken Pretty publicou fotos feitas a partir de um drone de um iceberg no Facebook, ele sabia que causaria algumas risadas e atraísse alguns comentários mais picantes, mas mal sabia ele que sua fotografia de um iceberg na costa de Newfoundland (Canadá) em forma de pênis logo se tornaria viral e viraria notícia em alguns dos principais meios de comunicação do mundo.

Em entrevista ao portal Daily Hive, o engenheiro de energia de 56 anos disse que gosta de tirar fotos e filmar com seu drone. “Fui a Harbor Grace na quinta-feira com meu drone para tirar algumas fotos do iceberg e outras estruturas da comunidade, que tem sido um hobby meu há cinco ou seis anos”, disse ele.

Pretty explicou que era difícil dizer como era o iceberg da terra, mas quando ele o viu com seu drone, ele sabia que não era um iceberg comum. “Eu sabia, assim que a vi, que receberia alguns comentários sobre a foto assim que a postasse, mas não sabia que ela se tornaria viral”, disse ele. O iceberg agora é conhecido como “d ** kie berg” por vários usuários de mídia social.

Houve muitos icebergs na costa de Newfoundland e Labrador neste ano até agora. Que sejam vistos na costa canadense é normal, mas o clima da região está passando por uma profunda transformação. O Ártico é a região do mundo que está aquecendo mais rapidamente, o que leva a um maior degelo e colapso de geleiras na Groenlândia.

Por isso, cresce a importância de se monitorar estes blocos de gelo no mar. A chamada patrulha internacional do gelo foi formada após o naufrágio do Titanic para monitorar o perigo do iceberg no Atlântico Norte e alertar os navios. Realiza voos de reconhecimento que são usados para produzir cartas. Em mais de um século, nenhum navio que atendeu aos avisos atingiu um iceberg, de acordo com a patrulha do gelo.

Do fino escudo de gelo que cobre a maior parte do Oceano Ártico ao manto de mais de um quilômetro de espessura das camadas de gelo polar, as perdas de gelo aumentaram de cerca de 760 bilhões de toneladas por ano na década de 1990 para mais de 1,2 trilhão de toneladas por ano na década de 2010, conforme estudos. Significa que cerca de 3% de toda a energia extra aprisionada no sistema da Terra pelas mudanças climáticas foi para transformar gelo em água.

As previsões atuais de derretimento do gelo no Ártico provavelmente estão muito erradas, de acordo com um estudo. As geleiras podem estar deslizando para o mar até 100 vezes mais rápido do que o previsto anteriormente. E não é a primeira vez que as previsões de derretimento são examinadas e revisadas. Em 2020, estudo descobriu que as atuais simulações de computador de como as geleiras interagem com o restante do sistema climático não correspondem à realidade.

Cientistas da Universidade do Texas em Austin acham que descobriram pelo menos parte do problema. As lacunas nos dados significam que os cientistas têm conectado observações de geleiras acessíveis para construir modelos de como todas as geleiras derretem. Mas o que está acontecendo com a camada de gelo da Antártida em meio ao rápido aquecimento global é significativamente diferente do que está ocorrendo com as geleiras do Ártico.

Na Groenlândia, por exemplo, pesquisas observacionais recentes descobriram que a água quente do oceano nos fiordes do país está esculpindo partes da camada de gelo flutuante por baixo. Esse derretimento submarino é incrivelmente difícil de medir, especialmente quando se considera quão perigosamente perto do desprendimento de icebergs os navios de pesquisa devem chegar.

Para evitar o perigo, os cientistas estudaram as ‘línguas glaciais’ mais acessíveis da Antártida e usaram os dados como referência para o Ártico. Mas enquanto a Antártida e a Groenlândia abrigam mantos de gelo continentais, eles não são idênticos. Discernir as diferentes formas como essas geleiras interagem com a água do mar é uma necessidade urgente para melhorar os futuros modelos climáticos, dizem os especialistas.