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Guaíba sobe e alaga ruas de diversos bairros mais ao Sul de Porto Alegre sem proteção contra cheias. Vento Sul deixa as águas revoltas em Ipanema. | ANSELMO CUNHA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Se as águas recuam em pontos da área central de Porto Alegre com a religação de casas de bomba, mesmo com o Guaíba subindo, a situação das enchentes piora desde ontem em bairros mais ao Sul da capital gaúcha e o vento do quadrante Sul, moderado a forte em alguns momentos.

A situação começou a piorar no Sul da cidade desde ontem, quando a partir de horas da madrugada o Guaíba começou a apresentar uma rápida e acentuada elevação com o represamento no Norte da Lagoa dos Patos gerado pelo vento do quadrante Sul e a chegada da vazão do Rio Taquari.

Diferentemente de bairros centrais da cidade, que são protegidos pelo sistema de contenção de cheias como diques e o muro da Mauá, bairros mais ao Sul da cidade estão diretamente expostos às águas do Guaíba e inevitavelmente sofrem com a alta do nível das águas.

O nível do Guaíba seguia subindo na manhã desta terça-feira, mas, diferentemente de ontem, com menor velocidade. No meio da manhã, o Guaíba superou a marca de 5,20 metros na medição da régua do Cais Mauá.

Com o agravamento das inundações no Sul da cidade, a Defesa Civil Municipal coordenou nas últimas horas uma ação pontual no Lami, no extremo Sul de Porto Alegre, para retirar moradores que estavam em áreas alagadas. Não houve evacuação.

Embora não tenha sido necessária uma evacuação oficial, alguns residentes que se encontravam em maior risco nas áreas sob inundação do bairro Lami foram acolhidos pela Prefeitura de Porto Alegre no Clube Lajeado, onde receberam abrigo e assistência.

Equipes da Defesa Civil permanecem no local, monitorando a situação e prestando o apoio necessário aos moradores. A Defesa Civil orienta a população a evitar áreas de risco e seguir as instruções das autoridades em caso de emergência.

Bairros como Guarujá, Ponta Grossa e outros também sofrem com o avanço das águas do Guaíba sobre o Sul da cidade. Um dos bairros mais tradicionais da cidade, Ipanema viu muitas ruas serem inundadas com a subida das águas desde ontem e o vento do quadrante Sul.

Ondas nas portas das casas em Ipanema | ANSELMO CUNHA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

No Centro, o chamado corredor humanitário está sendo ampliado em 300 metros do outro lado da pista. Cerca de 60 trabalhadores estão no local. Desde que começou a operar, na sexta-feira, registra tráfego médio de 100 veículos por hora. O caminho foi estruturado para agilizar o abastecimento dos serviços essenciais da cidade, como oxigênio, água, alimentos e equipamentos de emergência. O trajeto liga a área central de Porto Alegre, pelo Túnel da Conceição, com a avenida Castelo Branco e a BR-290 (Freeway).

Chamado corredor humanitário será ampliado no Centro | JÚLIO FERREIRA/PMPA

O caminho é exclusivo para caminhões com suprimentos para abrigos, hospitais, mercados, farmácias, viaturas em serviço e identificadas como Prefeitura de Porto Alegre, Governo do Estado, Governo Federal e Forças Armadas, ambulâncias e viaturas de segurança. Veículos que não estejam prestando serviço humanitário não podem acessar o corredor.

Outra medida emergencial, desta vez na zona Norte, é a montagem do primeiro hospital de campanha de Porto Alegre junto à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Moacyr Scliar, e objetiva reduzir a demanda em instituições hospitalares nos próximos dias. A iniciativa é uma parceria entre Secretaria Municipal de Saúde, Força Nacional do SUS e Grupo Hospitalar Conceição.

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