Centenas de bombeiros travavam nesta quarta-feira, pelo terceiro dia consecutivo, “uma grande batalha” contra incêndios florestais a Oeste de Atenas e na ilha turística grega de Rodes, enquanto reforços europeus são mobilizados para socorrer o país mediterrâneo.
“Romênia, Eslováquia e a Polônia responderam” ao pedido da Grécia no quadro do mecanismo europeu de proteção civil, anunciou Yannis Artopios, porta-voz dos bombeiros. A Polônia enviará 149 bombeiros em 49 viaturas, disse o chefe dos bombeiros polacos, Andrzej Bartkowiak, segundo a agência PAP.
Trinta e um bombeiros eslovacos e 50 romenos serão enviados até sexta-feira para apoiar os bombeiros gregos que, como sublinhou o ministro da Crise Climática e da Proteção Civil, Vassilis Kikilias, estão a travar “uma grande batalha contra as chamas”.
Um novo incêndio teve início na tarde desta quarta-feira em Laconia, no Peloponeso, onde operam seis aviões e um helicóptero. Atribuindo estes incêndios principalmente às alterações climáticas, Vassilis Kikilias alertou para as condições climáticas “difíceis” devido aos ventos fortes.
Israel também anunciou o envio de dois aviões até quinta-feira, de acordo com um anúncio oficial do país em Jerusalém. No início da semana, Itália e França já haviam enviado quatro aviões para auxiliar o combate às chamas.
O calor deve aumentar na Grécia a partir desta quinta-feira com temperaturas máximas de 44°C esperadas na sexta e no sábado. O governo de Atenas pediu à população que esteja extremamente vigilante.
“A onda de calor e os ventos criam um coquetel explosivo”, disse um oficial do governo a rádio privada Skaï. O fogo já consumiu nesta semana milhares de hectares e casas na Grécia, mas sem causar vítimas.
Cento e vinte bombeiros, nove bombardeiros de água e doze helicópteros lutam na estância balnear de Loutraki, perto de Atenas, onde o fogo começou na tarde de segunda-feira antes de se espalhar. “Ontem (terça-feira) foi um dia de pesadelo”, disse à AFP Fotini Arvaniti, 55, morador de Mandra, a 30 quilômetros da capital.
Ela denunciou “a falta de recursos aéreos” quando o incêndio começou e “a demora no envio dos bombeiros”. “Só vimos um helicóptero (…) Como podem ver, está tudo queimado, casas também”, indignava-se.
Na outra frente principal em Dervenochoria, 50 quilômetros ao Norte de Atenas, “forças terrestres significativas estão trabalhando” e desde a primeira luz do dia”, de acordo com um bombeiro oficial, Vassilis Vathrakogiannis.
Na ilha de Rodes, no arquipélago do Dodecaneso, o incêndio florestal que se iniciou na tarde de terça-feira propagou-se para o centro da ilha sem ameaçar as zonas residenciais. No local, 86 bombeiros, três aviões e três helicópteros foram mobilizados. Nas zonas afetadas pelos incêndios, os habitantes de várias localidades receberam ordens para evacuar as suas casas.
Um primeiro incêndio declarado na segunda-feira em Kouvaras, que se espalhou para a área costeira perto de Atenas, queimou 3.472 hectares, incluindo 164 hectares de áreas construídas, informou quinta-feira o observatório europeu Copernicus.
A Grécia é atormentada por incêndios florestais frequentemente mortais todos os verões, especialmente na Ática, região de Atenas. “Todos os anos temos os maiores incêndios durante duas semanas em julho”, “se este desastre continuar, haverá um colapso ambiental de todo o sistema”, estimou na rádio Skaï Efthymis Lekkas, professor de geologia da Universidade de Atenas, explicando que não haverá mais processos de regeneração florestal.