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Granizo atingiu no final da quinta-feira e na madrugada desta sexta-feira diversas regiões do Rio Grande do Sul, acompanhando os temporais com pancadas fortes de chuva e muitos raios associados a uma frente quente.

Granizo em Estância Velha | ELOISE GERNHARDT

Os primeiros temporais de granizo tiveram início pelo Noroeste do estado ainda no final da quinta-feira com pedras de médio a grande tamanho no município de Porto Lucena, com as primeiras áreas de instabilidade que se formaram.

Na madrugada, à medida que a frente quente se organizava e ganhava força sobre o Rio Grande do Sul, temporais de granizo atingiram um maior número de municípios e em vários pontos do estado.

Os temporais de granizo afetaram principalmente localidades situadas do Centro para o Sul e o Leste do estado, incluindo Novo Hamburgo, São Leopoldo, Estância Velha, Portão, Barão, Santa Cruz do Sul, Teutônia, Guaíba, Sobradinho e vários outros municípios.

Os temporais de granizo são consequência de frente quente que começou a se formar no final da quinta-feira e se organizou durante a madrugada desta sexta-feira com nuvens de grande desenvolvimento vertical, ou seja, carregadas. Normalmente, em frentes quentes há uma grande incidência de raios e de granizo nos meses de inverno.

A frente quente se formou por conta de ar muito quente em altitude invade o Rio Grande do Sul com uma corrente de jato em baixos níveis que se origina na Bolívia e no Centro-Oeste. Ao encontrar a atmosfera mais fria sobre o estado, o ar quente formou as nuvens carregadas e a frente quente com chuva e temporais.

Imagens do granizo

Veja imagens em vídeos enviados por leitores da MetSul Meteorologia dos temporais de granizo em suas cidades no final da quinta-feira e durante a madrugada desta sexta-feira.

Há risco ainda de granizo?

Sim. Parte do Rio Grande do Sul deve seguir com risco de granizo nas próximas horas. O tempo já melhora em setores do Oeste, Noroeste e do Norte do estado com ingresso de ar mais seco e quente, mas temporais persistem ainda na manhã desta sexta-feira em pontos do Centro, Sul e o Leste do estado, inclusive na região de Porto Alegre.

No decorrer do dia, grande parte da instabilidade se desloca para o Sul do estado e segue ainda em parte do Leste gaúcho, onde a chuva deve se intensificar muito com grande quantidade de raios e granizo em muitas cidades, e que em alguns pontos pode ser de médio a grande tamanho com danos.

No Oeste, no Centro e na Metade Norte, com o avanço do ar mais seco e quente do jato de baixos níveis, o sol aparece com nuvens com vento Norte moderado a forte e muito calor, o que formar novas áreas de instabilidade com chuva e tempestades no fim da tarde e à noite.

Risco de granizo grande e destrutivo localizado

Com forte a intenso calor com ar muito quente tomando conta de parte do estado nesta sexta, cresce o risco de granizo de médio a grande tamanho localizado nas próximas horas na Metade Sul gaúcha e no final do dia em outras regiões.

O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos (NWS) possui quatro categorias para definir o tamanho de granizo: pequeno (menos de 2 centímetros), grande (2 cm a 4,5 cm), muito grande (4,5 cm a 7 cm) e gigante (maior que 7 cm).

Dentro de uma nuvem Cumulunimbus de tempestade, partículas de gelo se desenvolvem a partir de água superresfriada. As partículas caem em direção à parte inferior da nuvem devido à força da gravidade, mas são forçadas a subir por poderosas correntes ascendentes de ar dentro das nuvens (updrafts).

Na parte superior da nuvem, eles encontram mais água superresfriada, que congela sobre as partículas de gelo, adicionando outra camada de gelo, o que se dá de forma repetida.

Assim, os pequenos pedaços de gelo ficam cada vez maiores, tornando-se bolas de gelo, as pedras de granizo. As pedras de granizo finalmente se tornam pesadas demais para serem elevadas de volta ao topo da nuvem e caem em terra. Devido à forma como se formam, o granizo tem uma estrutura em camadas, como uma cebola.

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