Grandes enchentes atingem vários países da Europa Central com inundações tomando conta de cidades, mortes e muitos estragos. Países como Polônia, Áustria, República Tcheca, Hungria, Romênia e Eslováquia sofrem os efeitos da chuva extrema associadas a uma massa de ar frio intensa muito precoce com uma área de baixa pressão apelidada de Boris.
O número de mortos aumentou com a tempestade Boris atingindo a Europa Central e Orienta. Uma pessoa se afogou na Polônia e um bombeiro austríaco morreu respondendo a enchentes, disseram as autoridades neste domingo.
As mortes elevam o número total de mortos pela tempestade para sete, com milhares de pessoas desalojadas. Desde quinta-feira, áreas da Áustria, República Tcheca, Hungria, Romênia e Eslováquia foram atingidas por ventos fortes e chuvas excepcionalmente fortes.
As chuvas inundaram ruas e submergiram bairros inteiros em alguns lugares, causando a interrupção do transporte público e cortes de energia. No sábado, quatro pessoas morreram em enchentes no Sudeste da Romênia, com os corpos encontrados na região mais afetada, Galati, no sudeste, onde 5.000 casas foram danificadas. Outro corpo foi encontrado na mesma região neste domingo.
“Estamos novamente enfrentando os efeitos das mudanças climáticas, que estão cada vez mais presentes no continente europeu, com consequências dramáticas”, disse o presidente da Romênia, Klaus Iohannis.
Autoridades romenas intervêm para ajudar a evacuar cidadãos da região de Galati, onde muitas casas foram afetadas por inundações severa. Centenas de pessoas foram resgatadas em 19 partes do país, disseram os serviços de emergência, divulgando um vídeo de casas inundadas em uma vila perto do rio Danúbio.
“Esta é uma catástrofe de proporções épicas”, disse Emil Dragomir, prefeito de Slobozia Conachi, uma vila em Galati, onde ele disse que 700 casas foram inundadas. O ministro do interior da Romênia disse que mais de 15.000 pessoas foram afetadas na região.
“A água entrou na casa, destruiu as paredes, tudo”, disse Sofia Basalic, 60 anos, moradora da vila romena de Pechea, na região de Galati, à agência de notícias francesa AFP. “Levou as galinhas, os coelhos, tudo. Levou o forno, a máquina de lavar, a geladeira. Não sobrou nada”, disse ela.
O primeiro-ministro polonês Donald Tusk disse na manhã deste domingo que “temos a primeira morte confirmada por afogamento, na região de Klodzko”, na fronteira entre a Polônia e a República Tcheca, no Sudoeste do país, que foi mais atingida pelas enchentes.
Cerca de 1.600 pessoas foram evacuadas em Klodzko, e as autoridades polonesas convocaram o exército para dar suporte aos bombeiros. As autoridades polonesas fecharam a passagem de fronteira de Golkowice com a República Tcheca depois que um rio inundou suas margens no sábado, além de fechar várias estradas e interromper trens na linha que liga as cidades de Prudnik e Nysa.
No nordeste da Áustria, um bombeiro morreu em enchentes na região da Baixa Áustria, que foi classificada como zona de desastre natural. Os serviços de emergência fizeram quase 5.000 intervenções durante a noite na área, onde as enchentes prenderam muitos moradores em suas casas.
“Para muitos moradores, as próximas horas serão as piores de suas vidas”, disse Johanna Mikl-Leitner, governadora da Baixa Áustria. Algumas áreas da região do Tirol, na Áustria, foram cobertas por até um metro de neve — uma situação excepcional para meados de setembro, que viu temperaturas de até 30 °C na semana passada.
Os serviços ferroviários foram suspensos no Leste do país no início do domingo e várias linhas de metrô foram fechadas na capital Viena, onde o rio Wien ameaçava transbordar, de acordo com a agência de notícias APA.
Na República Tcheca, a polícia relatou que quatro pessoas estavam desaparecidas no domingo. Três estavam em um carro que foi arrastado para um rio na cidade de Lipova-Lazne, no Nordeste do país, e outro homem estava desaparecido após ser arrastado por enchentes no sudeste.
Uma represa no sul da República Theca rompeu, inundando cidades e vilas rio abaixo. Na vila de Velke Hostice, os moradores ergueram um muro de sacos de areia de 500 metros de comprimento em um esforço para conter a elevação das águas.
Setembro de 2024 começou com calor recorde em toda a Europa devido a uma bolha de calor intensa, que fez com que as temperaturas subissem a valores muito acima das médias históricas, especialmente no Sul e centro do continente. A onda de calor foi impulsionada por sistema de alta pressão que reteve o ar quente sobre a Europa.
No entanto, os padrões climáticos mudaram após a primeira semana de setembro, trazendo condições mais frias, chuva e até mesmo queda de neve para algumas regiões, marcando uma transição brusca do calor intenso do verão para um clima mais outonal e de inverno por conta do ciclone Boris.
Essa tempestade agora está causando consequências graves e significativas em toda a Europa central com condições climáticas extremas que incluem chuva excessiva, queda de neve precoce recorde e ventos fortes a intensos.
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