Chegou ao fim o longo jejum de furacões no Atlântico com um sistema extremamente tardio em 2022 que derrubou os prognósticos da Meteorologia nos Estados Unidos que antecipavam uma temporada de muitos furacões mais uma vez neste ano. O furacão Danielle, de categoria 1 com ventos de 120 km/h, se formou na manhã desta sexta-feira a mais de mil de mil quilômetros a Oeste do arquipélago dos Açores. Danielle se tornou um furacão 332 dias depois do furacão anterior do Atlântico, o Sam de 5 de outubro de 2021.

Foram, assim, 332 dias de “seca de furacões”. O maior período sem registro de furacão no oceano, desde 1965, foi de 363 dias entre 12 de setembro de 1983 com Chantal e 10 de setembro de 1984 com Diana. Na sequência, 11 de setembro de 1997 com Erika a 22 de agosto de 1998 com Bonnie, logo 345 dias. A seguir, aparece o período de Sam em 2021 a Danielle em 2022 com 332 dias.


A formação de Danielle, em 2 de setembro, ocorre cerca de três semanas após a data média de surgimento do primeiro furacão da temporada, de acordo com a climatologia de 1991-2020. Trata-se do furacão mais tardio no ano no Atlântico desde 2013, quando Humberto se formou no dia 11 de setembro.

Normalmente, em 3 de setembro, o Atlântico já soma sete tempestades nomeadas, sendo que dois furacões e um furacão intenso. Neste ano, em 2 de setembro), há quatro tempestades nomeadas e um único furacão, com um índice de energia ciclônica acumulada (ACE) de apenas 9% da média.

O primeiro furacão a ter se formado no Atlântico em 2022 tem uma curiosidade estranha. Em regra, ou para dizer quase nunca, a primeira tempestade do ano não se forma onde surgiu Danielle. A tempestade se formou muitíssimo ao Norte, em quase 40º de latitude Norte, onde os furacões são raros. Ocorre que as águas na região estão com temperatura recorde por uma onda de calor marinha.

Pela primeira vez desde 1997, agosto passou sem uma única tempestade nomeada no Atlântico. Nenhum furacão. Sequer uma tempestade tropical.  Desde Colin, em 3 de julho, não se tinha um sistema nomeado atuando. Foi a primeira vez no Atlântico desde o ano de 1941 que não houve tempestades nomeadas entre 3 de julho e 30 de agosto. Foi a sétima vez que agosto passou sem um furacão qualquer. Isso havia ocorrido em 1967, 1984, 1988, 2001, 2002 e 2013.