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O furacão Erin perdeu intensidade durante a madrugada de domingo e foi rebaixado para categoria 3 na escala Saffir-Simpson. Mesmo com a redução de força, o sistema continua ameaçador, levando chuvas torrenciais e ventos destrutivos ao Caribe.

Ondas fortes são vistas na praia de La Pared, em Luquillo, Porto Rico, enquanto o furacão Erin de categoria 5 se aproxima. O furacão Erin se intensificou rapidamente no mar, transformando-se em uma tempestade de categoria 5 “catastrófica” em 16 de agosto, enquanto a chuva castigava ilhas do Caribe e autoridades meteorológicas alertavam para possíveis inundações repentinas e deslizamentos de terra. | RICARDO ARDUENGO/AFP/METSUL

Segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC), Erin registra ventos sustentados de até 205 km/h. As bandas externas da tempestade atingem Porto Rico e as Ilhas Virgens com precipitações intensas, provocando alagamentos e risco elevado de deslizamentos de terra.

No sábado, Erin alcançou a categoria 5, o nível mais alto da escala, com ventos de 260 km/h. Essa intensificação explosiva surpreendeu meteorologistas, que classificaram o fenômeno como “catastrófico”, ainda que não tenha tocado terra diretamente.

Na manhã de domingo, o centro do furacão estava a 270 km ao norte-noroeste de San Juan, capital de Porto Rico, e a 435 km a leste da ilha Gran Turca, deslocando-se para oeste-noroeste a 22 km/h.

As Ilhas Turcas e Caicos e o sudeste das Bahamas permanecem sob aviso de tempestade tropical. O NHC prevê que o núcleo do sistema passe ao leste dessas ilhas entre a noite de domingo e a segunda-feira.

Apesar do enfraquecimento recente, meteorologistas alertam que Erin continua sendo um furacão de grandes dimensões. Seus ventos com força de tempestade tropical alcançam até 330 km do olho, aumentando a área de impacto sobre diferentes ilhas do Caribe.

As fortes chuvas já provocaram alagamentos em áreas de Porto Rico, onde estações meteorológicas registraram acumulados superiores a 100 mm. O NHC prevê que alguns locais possam receber até 150 mm nas próximas horas.

Autoridades portuárias fecharam terminais marítimos, enquanto companhias aéreas cancelaram dezenas de voos em San Juan e nas Ilhas Virgens. O transporte interno também enfrenta transtornos devido a queda de árvores e linhas de energia elétrica.

A concessionária LUMA, responsável pela distribuição em Porto Rico, informou que mais de 150 mil clientes ficaram sem energia durante a madrugada. Equipes trabalham em reparos, mas as condições adversas dificultam a recomposição imediata do sistema.

O NHC emitiu alertas de inundações repentinas e urbanas, além de risco de deslizamentos em áreas montanhosas. Em Porto Rico, sirenes de emergência foram acionadas em municípios do interior devido a transbordamento de rios.

Especialistas lembram que o perigo não está restrito ao centro do furacão. Suas bandas externas geram tempestades localizadas e rajadas intensas, capazes de provocar danos significativos, mesmo a centenas de quilômetros do olho.

Outra preocupação é o forte oleaje gerado pelo sistema. Ondas de grande porte atingem as Ilhas Virgens, Porto Rico, a ilha Hispaniola e as Turcas e Caicos. Correntes de retorno podem ser letais para banhistas.

Essas ondas devem se propagar nos próximos dias para as Bahamas, Bermudas, a costa leste dos Estados Unidos e o Canadá Atlântico, aumentando o risco de erosão costeira e de correntes marítimas perigosas.

Meteorologistas preveem que Erin mantenha trajetória para oeste-noroeste até segunda-feira, quando deverá iniciar uma curva gradual para o norte. Isso afastaria o risco de impacto direto sobre a Flórida e o sudeste dos EUA.

Ainda assim, os estados do litoral leste americano devem permanecer em alerta. O furacão, mesmo sem tocar terra, injetará enorme quantidade de energia no oceano, gerando ressacas e correntes de retorno perigosas em praias da Carolina do Norte.

A trajetória prevista mantém Erin distante da linha costeira, mas o NHC adverte que mudanças na rota não podem ser descartadas. Pequenos desvios podem alterar substancialmente o impacto sobre comunidades vulneráveis do Caribe e dos Estados Unidos.

Erin se tornou o primeiro grande furacão da temporada atlântica de 2025, que deve ser mais ativa que a média, segundo previsões da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA). A temporada vai de junho a novembro.

A rápida intensificação de Erin chamou a atenção da comunidade científica. O sistema passou de categoria 1 para categoria 5 em pouco mais de 24 horas, comportamento associado ao aquecimento das águas do Atlântico.

Estudos indicam que o aumento da temperatura do mar, provocado pelo aquecimento global, eleva tanto a frequência quanto a intensidade das tempestades. Isso facilita episódios de intensificação explosiva, como o observado em Erin.

Autoridades reforçam pedidos para que moradores sigam as recomendações de segurança. Em áreas costeiras, o perigo maior não vem do vento, mas sim das inundações provocadas pelo mar revolto e pelas chuvas persistentes.

Enquanto Erin avança pelo Atlântico, voos de reconhecimento da Força Aérea dos Estados Unidos seguem monitorando o furacão. Essas missões permitem obter dados em tempo real para aprimorar previsões e alertas à população.

Meteorologistas ressaltam que, embora o furacão tenha perdido intensidade, continua sendo uma ameaça séria. Ventos de categoria 3 são capazes de provocar danos estruturais significativos e deixar comunidades inteiras sem energia elétrica.

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