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Grande ressaca do mar atingiu neste fim de semana áreas costeiras do Brasil do Sul do Rio Grande do Sul ao litoral do Rio de Janeiro como consequência do swell gerado por um intenso ciclone extratropical em alto mar, e que se distancia do continente. Na costa gaúcha, a forte ressaca do mar causou estragos no Litoral Norte.

Forte maré de tempestade ontem na praia do Hermenegildo, no litoral do extremo Sul do Rio Grande do Sul, quase na fronteira com o Uruguai | ARAFAT MUSTAFA

O mar começou a ficar muito agitado ainda no final da sexta-feira no Litoral Sul gaúcho, o que levou ao fechamento do porto de Rio Grande para operações de praticagem. No decorrer do sábado, quando as rajadas atingiram 90 km/h na região, a ondulação junto à costa aumentou ainda mais.

O pico da ressaca no Litoral Norte do Rio Grande do Sul ocorreu entre a madrugada e a manhã deste domingo com as águas alcançando até o calçadão das praias e cobrindo a faixa de areia. Trata-se de uma das maiores ressacas deste ano no litoral gaúcho.

Na tarde de sábado, as ondas já ultrapassavam os três metros em praias do Litoral Norte gaúcho e o mar apresentava maré de tempestade devido ao swell significativo gerado pelo intenso ciclone extratropical em alto mar.

Na manhã deste domingo, moradores e veranistas observavam em diversas praias a forte agitação do mar e como as águas alcançavam as dunas e o calçadão em balneários como Tramandaí, Imbé e Capão da Canoa.  Em Imbé, a maré de tempestade conseguiu alcançar a Avenida Beira Mar.

Em Capão da Canoa, a forte ressaca do mar provocou danos ao longo do calçadão da praia, obstruindo a passagem em vários pontos. A orientação da prefeitura ao moradores é evitar o acesso à beira mar, já que os espaços interditados têm risco de desabamento e terão que ser reparados para a temporada de veraneio.

Resssaca causou danos na orla de Capão da Canoa | PREFEITURA DE CAPÃO DA CANOA

O ciclone ainda gerava forte agitação do mar nas costas de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. A Marinha do Brasil chegou a emitir um aviso de mar grosso com ondas de até sete metros para as embarcações em alto mar na costa do Sul do Brasil.

O swell do ciclone alcançou nesta domingo o Rio de Janeiro com forte ressaca nas praias da capital fluminense. Banhistas e ambulantes que estavam na orla do Rio de Janeiro foram surpreendidos pela forte ondulação. O mar chegou a invadir a beira da praia na Praia do Leblon, na Zona Sul, arrastando barracas e objetos colocados na areia.

Ressaca neste domingo na cidade do Rio de Janeiro | PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO

Na cidade do Rio, o Corpo de Bombeiros faz buscas por um adolescente de 16 anos que desapareceu na praia de Ipanema, na Zona Sul, na manhã deste domingo. A corporação recebeu chamado para resgatar pessoas que estavam se afogando com a forte ressaca do mar. Duas pessoas foram resgatadas.

O ciclone extratropical que causou a ressaca é de enorme dimensão e intenso. Segundo análise do modelo meteorológico europeu das 9h deste domingo, a pressão atmosférica mínima central no sistema era de 982 hPa. Na noite de ontem, às 21h, a pressão estava em 979 hPa. Ontem, às 9h, a pressão era de 992 hPa.

Ciclone extratropical sobre o Atlântico Sul neste domingo | ZOOM EARTH

O centro do ciclone extratropical estava na manhã deste domingo nas coordenadas geográficas 36ºW e 35ºS, portanto já distante do continente e da costa brasileira, mas o campo de vento intenso sobre o oceano é muito extenso, alcançando centenas de quilômetros, e gerava o forte swell que trazia maré de tempestade e ressaca nos litorais do Sul e do Sudeste do Brasil.

A tendência é que o ciclone siga se afastando do continente nesta segunda-feira e que a ressaca diminua no Sul do Brasil, mas a ondulação pode aumentar com o avanço do swell na costa do estado do Espírito Santo e no litoral Sul da Bahia.

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